Engels, o grande responsável por concretizar as ideias de Marx, analisa o socialismo utópico como um conjunto de meras ideias, iluminações de mentes privilegiadas. Já o socialismo científico como uma ciência, que vai além de uma teoria, e foi desenvolvida com o objetivo de esclarecer e conscientizar a sociedade sobre a anarquia que reina na produção e também sobre o antagonismo de classes existente, causado pelo novo sistema de produção, e sobre a grande exploração que a burguesia, dona do capital e dos meios de produção, exerce sobre o proletariado possuidor apenas a sua força de trabalho como meio de sobrevivência.
Acredita-se que, como a luta de classes é o motor para o desenvolvimento da humanidade, é através dela e com a união do proletariado, que essa classe conseguiria acabar com todo antagonismo e anarquia existentes.
A partir de então, essa massa proletariada poderá tomar o controle do maquinário de produção que antes a escravizava, permitindo que a sociedade tome posse das forças produtivas e o Estado possa ser extinto, porque com o fim do antagonismo de classe, o proletariado consegue tomar posse do Poder Executivo e o Estado torna-se um órgão supérfluo.
Portanto, segundo o materialismo dialético, o capitalismo, com a expropriação de tudo que o trabalhador possuía, até mesmo de seu conhecimento, já havia tomado as medidas necessárias para o seu esgotamento e, por isso, já estavam presentes as condições necessárias para a implantação do socialismo através da luta de classes e da ditadura do proletariado. Entretanto, ao fazer tal análise, Marx e Engels, não levaram em conta o poder de desenvolvimento e adaptação do capitalismo aos avanços econômicos, culturais e sociais da humanidade. O que fez o socialismo perder espaço no âmbito mundial e nunca atingir o seu completo desenvolvimento, já que o sistema socialista implantando, em países como Rússia, Cuba e China, não conseguiu chegar ao patamar de isonomia e ausência de Estado como pregava o socialismo científico em sua teoria.