(HISTÓRIA) O GOVERNO JOÃO GOULART [1961-1964]
Sociologia

(HISTÓRIA) O GOVERNO JOÃO GOULART [1961-1964]



- No começo da década de 60, o país atravessava uma profunda agitação política. 
- Com a renúncia de Jânio, a cadeira de presidente estava vaga e quem iria assumir a presidência seria o seu vice, João Goulart (Jango), um homem de convicções esquerdistas para a então política brasileira. 
- O problema é que quando Jânio renunciou, Jango estava em visita oficial a China Popular comunista e era considerado pelos grupos reacionários um simpatizante do comunismo. 

Documentário | João Goulart: Jango

CRISES PARA POSSE DE JOÃO GOULART


- O perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social que ameaçasse seu poder econômico. 
- Lembremos que João Goulart foi o Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas que propôs um aumento do salario minimo em 100%, agradando a classe trabalhadora e enfurecendo os empresários.
- Tanto as classes populares empolgada quanto as classes dominantes temerosas consideravam João Goulart o herdeiro de Getúlio Vargas 
- Setores civis e militares opuseram-se à sua posse, gerando uma profunda crise institucional.
- A oposição udenista e setores ligados ao grande capital nacional e internacional, com o apoio de parte das Forças Armadas tentaram impedir a posse de Goulart.
- Eles planejavam prender o Jango assim que ele desembarcasse em solo brasileiro.
- O Brasil estava muito próximo de uma guerra civil.
- Foi uma época em que movimentos pró e anti-golpe eclodiram pelo país. Dois grupos políticos, com interesses muito diferentes, se formaram no Brasil:
- Os contrários à posse de Jango: ministros militares, udenistas, grandes empresários nacionais e estrangeiros.
- Os favoráveis à posse de Jango: Grande parcela dos sindicalistas e trabalhadores, profissionais liberais e pequenos empresários.
- Frente Legalista: Eclodiu em Porto Alegre, depois se espalhando pelo RS e Brasil, o Movimento da Legalidade, liderado pelo governador Leonel Brizola (com o apoio do III Exército), que exigia o cumprimento da constituição e a posse de João Goulart.


PARLAMENTARISMO

- Quase ocorreu uma guerra civil. Para que isso não acontecesse foi negociado o sistema parlamentarista.
- A adoção do parlamentarismo, em 1961 e 1962, atribuiu funções do presidente ao Congresso, então dominado por representantes das elites. 
- Com o sistema parlamentarista, João Goulart teria os seus poderes limitados.
- Até a extinção do Parlamentarismo (1963), o Brasil teve três primeiros-ministros: Tancredo Neves, Francisco de Paula Brochado da Rocha e Hermes Lima.
O regime presidencialista foi restabelecido em 1963 após um plebiscito. pelo qual Jango conseguiu a volta do Presidencialismo por uma maioria esmagadora.



PRESIDENCIALISMO

- A crise econômica e a instabilidade política se propagavam no país. 
- Jango propôs as reformas constitucionais que aceleraram a reação das elites, criando as condições para o golpe de 64. 
- Podemos caracterizar o mandato de Jango como governo nacionalista e política externa independente.

* Acontecimentos deste governo
a) Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social: com o qual visava conter a inflação e retomar o crescimento econômico do país.
b) Lei de remessas de lucro para o exterior. Lei criada para diminuir a saída do capital brasileiro para o exterior. Tal medida desagradou os interesses das multinacionais que operavam no Brasil.
c) Reformas de Base: Entre essas reformas de base estavam inseridas a eleitoral, educacionalagrária, urbana, tributária, financeira e administrativa.
- Com as reformas Jango visara melhorar a distribuição de renda, controlar a remessa de dinheiro para o exterior, dar canais de comunicação aos estudantes e permitir que os analfabetos, maioria da população, votassem.

A esquerda foi favorável: UNE; organizações sindicais; as Ligas dos Camponeses; setores progressistas da Igreja Católica e os partidos de esquerda.
- A direita foi contra: Empresariado urbano e rural; órgãos da classe empresarial, como a FIESP; a Federação da Agricultura; a grande imprensa; setores conservadores da Igreja Católica e a maioria da classe média.


O GOLPE MILITAR DE 1964: ELITES E MILITARES DERRUBAM O GOVERNO DE JANGO


- O estopim do golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.
- Partidários de Jango organizaram um comício no Rio com 200 mil pessoas que apoiavam essas medidas. Os trabalhadores deflagaram greves para pressionar os deputados e senadores na aprovação das reformas.
Apoio de populares às medidas de Jango

- Imediatamente a elite reagiu. O clero conservador, a imprensa, o empresariado e a direita em geral organizaram organizavam em várias cidades, as "Marchas da Família Com Deus pela Liberdade" pela Liberdade. 
"Marchas da Família Com Deus pela Liberdade"

- Em São Paulo a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que teve como uma de suas líderes a socialite Hebe Camargo, reuniu mais de 500 mil pessoas contrárias às medidas e ao governo de João Goulart. O repúdio a qualquer tentativa de ultraje à Constituição Brasileira e à defesa dos princípios garantias e prerrogativas democráticas constituíram a tônica de todos os discursos e mensagens.
Foi denunciada pelo marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, a infiltração de comunistas no seio das Forças Armadas, o que serviu de álibi para o Golpe Militar.
- Em 31 de março de 1964 começou o Golpe Militar.
- O golpe iniciou por Minas Gerais, tendo no comando o general Olímpio Mourão Filho, apoiado pelo governador Magalhães Pinto.
- Imediatamente esse golpe recebeu a adesão de unidades no RS, SP e GB. 
- Em 1 de abril Jango deixou Brasília e rumou para Porto Alegre, onde Brizola tentou convence-lo inutilmente a resistir. 
- Ambos fugiram para o Uruguai. 
- Termina assim com um golpe militar a República Populista
Vemos nesse jornal da época a Rede Globo" mostrando o seu apoio total e irrestrito ao golpe de 1964

- Em 9 de abril, foi editado o AI-1 (Ato Institucional número 1), que depôs o presidente e iniciou as cassações dos mandatos políticos. 

No canto direito da foto: Castelo Branco

- No mesmo mês, o marechal Castelo  Branco foi empossado presidente com um mandato até 24 de janeiro de 1967.
- Tem início o período de duas décadas, mais especificamente entre 1964-1985, da história do Brasil que ficou conhecido como Ditadura Militar
- O Brasil deixou de ter eleições diretas e passou a ter presidentes militares que governaram o nosso país de forma autoritária, por meio de atos institucionais, decretos-leis, atos complementares e emendas constitucionais.
- Nesse período o congresso Nacional nem sempre era consultado, e ao Alto Comando Militar cabia a escolha do novo candidato militar à Presidência da República. 
- A liberdade de expressão e de organização quase não existia. Os sindicatos, agremiações e partidos políticos foram extintos.





Referências:

Livros

BARBEIRO, Heródoto; CANTELE, Bruna; SCHNEEBERGER, Carlos. História: de olho no mundo do trabalho.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo: 2º grau. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2012. 

VINCENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História: geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2012.

Sites

História do Brasil 



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