Descartes e Bacon quando propuseram suas teorias fizeram-no baseados em um mundo muito distante da nossa realidade, o mundo do século XVII. Em uma época em que todos buscavam se libertar da extrema pressão religiosa eles encontraram na ciência pura o melhor método de realizar isso. Porém, nós, em pleno século XXI, frente a todos os acontecimentos ocorridos na História e todos os avanços obtidos pela ciência, não podemos nos furtar de encarar que uma ciência pura, que não se relaciona com a vida, não existe, e que nós somos responsáveis pelo que nossa busca desenfreada pelo progresso acarretou.
Tudo o que nos propomos a fazer gera consequências e temos que saber lidar com elas, sejam elas boas ou ruins. Isso não acontece de forma diferente na ciência, apesar de, na maioria das vezes, os cientistas estarem buscando se aprimorar e trazer benefícios maravilhosos para a ciência e automaticamente para a vida humana, eles tem que encarar o fato de que a ciência faz parte da vida em sociedade e pode proporcionar péssimas experiências à vida humana.
O extremo racionalismo cartesiano que forma nossa sociedade e se expande mais a cada dia pode estar ultrapassado, pois por mais a ciência pura de resultados, estes em confronto as ambições de governos e populações pode gerar o caos no mundo. Portanto, o cientista pode não abrigar toda a culpa, mas não pode se isentar dela.
Independente de quem inventa uma arma de destruição em massa a culpa por sua utilização sempre cabe a todos, pois o cientista a produz, a população exerce pressão sobre o governo para acabar com uma situação que o desagrade e o governo, para não perder votos, utilizar quaisquer artifícios disponíveis para realizar o que acredita ser o melhor para o seu país.
Todos têm sangues nas mãos pelos inocentes que pagam pelas nossas ambições, então temos que começar a nos responsabilizar, começando pelos que produzem a destruição, para transformar nosso mundo em um lugar mais equilibrado.