Sociologia
A transformação do Saber em Poder
De todos os conceitos estabelecidos por Francis Bacon, certamente o que foi mais inovador e interessante para a época foi o de que a Ciência não deve ser algo inscrito somente no plano das ideias, mas algo que traduza a dimensão dos fatos. Dessa maneira, ela se torna um instrumento de transformação da condição humana e não apenas uma proposta especulativa. Para ele, esse seria o maior desafio da Ciência.
Bacon considerava que o conhecimento só conseguiria progredir se tivesse uma base sólida, sendo preciso para esse fim confrontar qualquer ciência que não tenha o homem como elemento principal. Por isso sua crítica às ciências sobrenaturais, ao senso comum e à filosofia dos gregos ("sabedoria farta de palavras, mas estéril de obras"), acreditando que a verdadeira Ciência só seria arquitetada por meio do conhecimento empírico. O empirismo é explicado pela experimentação sem limites, e não pela antecipação da mente como a antiga filosofia previa. Mas essa construção seria dinâmica e permanente, sempre existindo inovação para buscar o bem-estar do ser humano e a dominação da natureza.
A burguesia, cujo surgimento foi contemporâneo à Bacon, muito auxiliou na propagação e entendimento de suas ideias. Formada por artesãos e pequenos comerciantes, a classe acreditou no conhecimento e na ciência como ferramenta para mudar sua condição social. Assim, apodera-se da experiência, expondo a crença de que o trabalho é positivo, e articulando o conhecimento com a economia muda a realidade onde estava inserida. Isso transforma o mundo e tem reflexos até os dias de hoje, visto que as atuais potências mundiais são as mesmas que possuem o maior conhecimento científico. Por outro lado, mecanismos de experiência regulam a mente da humanidade, dando a falsa impressão de que já possuímos todas as percepções do mundo. Ao dinamizar o conhecimento, inovamos nossa visão de mundo e buscamos respostas cada vez mais.
Vitória Schincariol Andrade
1º ano - Direito Noturno
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