CULTURA DO CONSUMO
Sociologia

CULTURA DO CONSUMO


CULTURA ? 2ª PARTE
INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA DE MASSA
A indústria cultural é um termo usado para definir a transformação da cultura em mercadoria.
É o processo de massificação cultural, onde os ?produtos culturais? veiculados no contexto da sociedade de massa, embora contenham elementos de cultura, não possuem a finalidade que os constitui. O cerne que dá sustentação a essa forma cultural apropriada ideologicamente é a dinâmica consumista.  A cultura, no ambiente industrializado, tem por alvo não a construção de sujeitos, mas a sua objetificação, a negação do pensamento e da reflexão e a diversão como resignação, onde o princípio de identidade é estar de acordo com o sempre igual e semelhante. O princípio da identidade, consubstanciado nessa estrutura social como justificativa e confirmação, é o processo pelo qual o conceito se iguala à coisa. Assim, a ideologia cristaliza-se e impõe-se como modelo de verdade pelos valores que inculca, estabelecendo-se como modelo de realidade indiscernível. O consumidor não é soberano como a indústria cultural quer fazer crer, não é o seu sujeito, mas é o seu objeto.
A produção cultural e intelectual passa a ser orientada em função do mercado de consumo, sendo obrigada a passar pelo filtro da mídia enquanto máquina de publicidade.

O NEGÓCIO DA ARTE: Em A Indústria Cultural ? O Iluminismo como Mistificação de Massas , Theodor W. Adorno e Max Horkheimer mostram que a indústria cultural que se formou com o capitalismo, descaracterizou o valor da arte e a função da cultura. Para eles, a estandartização das técnicas de produção estagnou o conhecimento histórico e instalou o valor de mercado. As pessoas se sujeitam a determinadas imposições para pertencerem a uma sociedade que se julga superior e tem caráter elitista; desesperado, o cidadão comum torna-se presa fácil para os líderes. Utilizando a arte como negócio, cinema, televisão e rádio não produzem mais arte, apenas negócios.
Adaptações como as de um livro para um filme retiram a originalidade da obra, e a sociedade crê que a película é  igual ao material impresso. Se essa indústria é alimentada por alguém, cabe aos bancos fornecer os investimentos necessários, e ao governo a tarefa de não interromper o ritmo maçante da produção "cultural". No meio disso tudo está o consumidor, aquele que inocentemente reconhece qualquer produção estética como sendo arte. Na verdade, a padronização dos espectadores os torna massa de manobra e conteúdo meramente estatístico. Mede-se a repercussão de um programa não pelos seus comentários e críticas, mas sim pelos pontos de audiência e vendas que ele proporcionou às empresas que mantêm esse mercado.
A INDÚSTRIA DA MANIPULAÇÃO E DO ENTRETENIMENTO:
A indústria cultural manipula a vida do cidadão comum. Tenta assemelhar os fatos de um filme aos da vida, como se um fosse continuação do outro. A atividade mental do espectador é vetada, assim como a sua capacidade interpretativa e de reação às mensagens enviadas. Quem não se adapta a isso é massacrado pela impotência econômica de mudar este quadro. A supremacia das instituições existentes nos aprisiona de corpo e alma a ponto de, sem resistência, sucumbirmos diante de tudo que nos é oferecido.
Manifestar-se contra ou resistir aos produtos difundidos pela indústria cultural é visto com maus olhos pela sociedade e pode ser considerado como uma espécie de rebelião contra os meios e contra o sistema. É dessa maneira que ocorre a perda da pouca  liberdade que temos. As massas enganadas de hoje são mais submissas ao mito do sucesso que os próprios afortunados. Estes sabem que o sucesso torna-se econômico; aqueles creem no estrelato como obtenção de reconhecimento na sociedade.
Podemos exemplificar com a música, que sempre foi um elemento forte na vida das pessoas, pois além de ocupar um espaço de lazer, distração e relaxamento, também pode levar a reflexão, bem como à alienação através de suas letras (ou falta delas). Sendo assim, muitas músicas acabam por padronizar a forma de pensar e agir dos ouvintes. Muitas pessoas passam a adequar seus gostos musicais pelo que é ditado através dos meios de comunicação.  Um grande exemplo é a indústria do Axé e do carnaval, o qual ocorre não apenas na data específica, mas durante todo o ano, além do terrível apartheid dos blocos. Na esteira do sucesso do Axé, surgiu a indústria do forró com as diversas bandas.
A FALTA DE REFLEXÃO E CRÍTICA: Arte e divertimento estão sendo reduzidos a um falso denominador comum. O objetivo da maioria dos filmes ou peças é evitar a subjetividade, a dúvida, a reflexão. A arte não deve ser subjetiva. Não se deve trabalhar  com o questionamento: toda conexão lógica, que exija reflexão intelectual é evitada (os filmes intelectualizados não fazem sucesso porque exigem esforço mental para analisar, refletir e entender). O objetivo é divertir e manter a massa alienada. lazer e o consumo se misturam de forma que é impossível separar um do outro: A maioria das pessoas assimila passivamente a ideia de que ?ser feliz é poder consumir?.
A função da distração imposta pela indústria cultural está mais ligada à alienação do espetáculo do que à busca autoritária do espectador por entretenimento. Acompanhar tudo e reagir com presteza àquilo que o espetáculo exibe e propaga é a função dos alienados. A indústria do prazer denota o riso como um meio fraudulento de ludibriar a felicidade, pois é rindo que a humanidade se satisfaz.

CULTURA DO CONSUMO:
Esse modelo alienante ganhou muito mais força após a segunda guerra, com o avanço da ciência e a ampliação dos recursos de mídia, principalmente com a televisão. Como exemplo, temos as mudanças comportamentais ocorridas a partir da década de 60, onde já havia forte influência da mídia, tais como: a introdução dos anticoncepcionais e a revolução sexual, a influência do rock, a ampliação do uso das drogas, a rebeldia sem causa, a moda ousada, o movimento hippie, etc. Tudo isso motivava o consumo (filmes, calças jeans, automóveis, refrigerantes, bebidas, cigarros, drogas, minissaias, discos, etc.). o próprio movimento hippie, que era contra o sistema capitalista, foi copiado por este: milhares de jovens alienados passaram a usar roupas inspiradas no despojado estilo hippie, embora jamais pertencessem ao movimento.
A sociedade passa a ser fortemente influenciada pelos meios de comunicação de massa ? a sociedade do espetáculo e do entretenimento. O conceito de moda ou de estar seguindo o que dita a moda virou sinônimo de atitude, poder e status. O público em geral deixou de ver a roupa como proteção corporal, passando a enfatizar o conteúdo visual e exibicionista. Não apenas a moda, mas diversas mercadorias; A questão da marca, da loja famosa passaram a ser ainda mais valorizados. Muita gente, imersa na Indústria Cultural e alienada, não consegue perceber as armadilhas da propaganda, passando a desejar apenas aquele tênis, blusa ou casaco das marcas X ou Y porque está na moda, na propaganda, confere ?status?, etc.  devem ser mais caros e não possuí-los é um motivo muito justo
Desde seu surgimento, a TV e o cinema exercem forte influência no modo de vestir das pessoas, transformando a ?realidade? no sonho de consumo de milhares de pessoas. Um bom exemplo a ser citado é o das telenovelas.É fácil encontrar pessoas que se espelham em algum personagem para definir o corte de cabelo, a cor do esmalte, estilo de roupa, etc.
Além disso, a indústria cultural segue as práticas neoliberais de consumo, pois é necessário uma renovação constante das mesmas mercadorias, ou seja, é preciso convencer o consumidor a descartar rapidamente o que comprou (pois não é interessante nem lucrativo que as pessoas passem muito tempo usando a mesma mercadoria).
Nos supermercados, a
harmonia com que estão dispostos os produtos leva as pessoas a sentir a necessidade de consumir mais. As grandes redes colocam os artigos de primeira necessidade (alimentos e limpeza) nos locais mais distantes, obrigando o consumidor a atravessar primeiramente diversas seções de moda, eletrônicos, etc., os quais acabam atraindo a atenção e o desejo.
O PODER DA MÍDIA:
A mídia a serviço da cultura concede um poder quase divino à mercadoria e a arte: se estiver na mídia é tido como bom e aprovado. A cultura se funde com a publicidade. Tudo aquilo que não traga um selo publicitário será economicamente suspeito na indústria cultural, o que não é difundido para a massa não terá valor, e posteriormente será eliminado, já que não foi sistematicamente repetido. A indústria fabrica, divulga e vende, os indivíduos consomem, estimulados basicamente pelo modismo. Este ciclo vicioso deve perdurar ainda por muito tempo, já que ser contrário à massa é ser ?careta?. Refletir e criticar são atos perigo
sos ao sistema neoliberal.
As pessoas alienadas e manipuladas pelo sistema caminham como se fossem zumbis uniformizados, carregando o logotipo da indústria cultural no peito.Desde crianças já somos orientados ou obrigados a difundir os hábitos que nos são ensinados, quem se prostrar contra essa hierarquia será excomungado do atual sistema e, consequentemente, será lançado na solitária para revolucionários. 



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