Sociologia
Democracia em Portugal
Há pouco tempo, no contexto da actual crise, o povo português manifestou a sua vontade de ter uma democracia mais participativa. Esta situação levou-me a escrever este artigo, no sentido de analisar até que ponto as mudanças em curso na esfera socioeconómica estão a incidir no sistema democrático e explorar aqueles que se apresentam como principais obstáculos ao exercício pleno de cidadania.
Falar em democracia remete-nos automaticamente para a Grécia clássica, onde embora apoiada numa concepção restrita e elitista de cidadania, a democracia continha elementos comunitaristas e participativos, onde o auto-governo e o princípio de rotatividade eram estimulados. A democracia que se consolidou no nosso país após o 25 de Abril de 1974 e com a afirmação do Estado-Providência funciona de modo diferente à democracia vivida na Grécia clássica.
A democracia dos nossos dias encontra-se apoiada numa nacionalidade individualista, onde a cidadania é restrita e individual, limitada, na prática, ao direito ao voto e onde o poder é entregue à burocracia, devido à ideia de incapacidade do povo e da inoperância de formas de cidadania activa por parte deste. É neste sentido que me atrevo a referir que o que estamos a vivenciar é uma democracia que, na verdade, de democrática tem pouco ou nada.
A realidade mostra-nos que o modo como funciona a democracia em Portugal tem contribuído para o surgimento de uma crise de credibilidade da política e das instituições democráticas, sendo que a política tem-se tornado, cada vez mais, numa actividade suspeita, sinónimo de oportunismo e de corrupção. Este facto, obriga-nos, então, a repensar no seu funcionamento e a procurar novas soluções para o exercício da cidadania. Assim, é necessário fazer com que a democracia passe a ter contornos mais participativos, pois só deste modo a questão política poderá tornar-se menos suspeita e as instituições democráticas mais credíveis. Torna-se fundamental que os indivíduos comuniquem entre si na esfera pública e actuem em colectivo, em prol de um bem que lhes seja comum, colocando por momentos os interesses privados de lado.
Para além de contribuírem com o seu voto, para uma democratização da nossa democracia é necessário que os cidadãos sejam política e sindicalmente mais activos. Contribuir, apenas, com participação na votação periódica de quatro em quatro anos, ou equivalente, não tornará a nossa democracia mais democrática.
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