Falta de água, crise no abastecimento? - Incentivo à reflexão
Sociologia

Falta de água, crise no abastecimento? - Incentivo à reflexão



        Sempre achei que vivemos uma rotina de vida que não nos permite refletir sobre nossas atitudes. De casa para o trabalho, em casa na televisão, da televisão para a cama. Logo pela manhã da cama para a mesa, da mesa para a rua, de casa
para o trabalho, do trabalho para uma rotina que não dominamos, e ao final, tudo se repete numa rotina sem fim. No final de semana, tentamos nos convencer que essa rotina é positiva e como diria Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar, vida leva eu".
     Porém, em uma conversa com meu brother Gustavo Santos sobre a crise da água, ele usou o termo perfeito para definir o momento em que estamos vivendo: "Vivemos agora um estímulo à reflexão". Acho perfeito o conceito. Quando falta algum recurso ou bem, temos que pensar sobre ele e usar com algum critério. No presente vivido, o brasileiro dos grandes centros está experimentando o que o habitante de regiões longínquas ou no caso mais notório, a região nordeste, sempre viveu.  
Claro que não podemos dizer que essa realidade constrói automaticamente nas pessoas alguma reflexão. Nada acontece automaticamente na reflexão das pessoas. Por isso acho perfeito o termo "estímulo à reflexão". Mas a pergunta que fica é se a humanidade precisa viver crises tão sérias para refletir? Será que é necessário uma choque de realidade?
          Eu desejaria que a reflexão fosse compartilhada antes mesmo das crises acontecerem. Mas o que mais me deixa triste são as formas de reflexão que somos "convidados" a ter. Para reduzir o consumo, os governantes aumentam o custo do uso da água. Eles acreditam em uma máxima muito compartilhada pelo pensamento comum: "Pesou no bolso, pesou na consciência". Hum... parece uma lógica muito interessante. Ela é utilizada também nas multas de trânsito e tals. (Não existe consenso sobre sua origem, mas existem relatos das vinganças entre os cavaleiros em meados do século X na Europa, também chamados de faídas, onde ao invés das vinganças serem em combates, a vingança era exercida matando os servos e serventes, uma vingança no bolso do inimigo)  Porém, nos dias de hoje e seguindo essa lógica, a desigualdade é altamente reforçada. Pois para o mais pobre, a água estar racionada e seu custo de R$ 70 por mês, passar para R$140, é altamente sério e radical. O efeito tende a ser reduzir o uso, mesmo nas coisas mais básicas. Mas e os mais ricos? Ou a própria classe média? Será que esse custo é realmente radical? Quem deixaria de ligar seu ar-condicionado para dormir? Quem pode, paga. Basta achar uma justificativa qualquer e deixar que o outro cuide do uso de energia e consequentemente de água. 
       Sobre essa contradição existente entre ricos e pobres, li recentemente uma matéria muito ilustrativa sobre essa questão: http://outraspalavras.net/brasil/ reportagem-agua-em-itu/ Transcrevo aqui uma passagem muito ilustrativa: 

"Na sexta-feira, dia 6 de novembro, a reportagem começou o dia em visita ao Condomínio Portal de Itu, com sua linda piscina dotada de cascata, que estava cheia com exatos 2.000.000 de litros de água. Um funcionário da manutenção do Portal de Itu cuidava da piscina, removendo-lhe folhas e insetos mortos. No mesmo dia, o rapaz contabilizava 22 dias de torneiras secas em sua própria casa, perto da favela do Itaim. Para as necessidades básicas, ele recorria à caixa d?água do Sindicato dos Ceramistas da cidade, que reúne os trabalhadores em olarias"
    Antes de encerrar esse post, convido os leitores a ampliarem o entendimento sobre os recursos naturais. A crise da água já existia antes, nós que não enxergávamos isso. O litro engarrafado de água já estava mais caro que o litro da gasolina, refrigerante e cerveja. E mesmo assim, ninguém reclamava ou mesmo economizava. Se pararmos para pensar, a falta de água, ar, alimentos, arvores, terras, acompanham uma tendência mundial. Mas afinal, quem ganha com isso? 
      Os políticos? (Em parte sim, pois será a fonte de novas promessas nas próximas eleições). Porém, mesmo em crise, continuamos a acreditar que a água é uma mercadoria e não um direito a vida. Quem já pensou em lutar pela nacionalização ou mesmo estatização da água?  

     Mas é claro que para as grandes empresas, a existência de um contexto de crise hídrica constitui uma ótima oportunidade de mercado. Ninguém se pergunta o motivo da "Toca-Cola, Pelpsys" e demais refrigerantes não estarem em crise com a falta de água? Saibam que as fábricas estão instaladas sobre ou próximas de fontes de água mineral natural. Nós permitimos que empresas privadas tenham acesso irrestrito a água mineral? Hum... Quer saber quem mais lucra com a venda de água no mundo? Veja este depoimento do Presidente da Nestlé e entenda como não compreendemos os horizontes e ambições das grandes empresas no mundo: Segundo afirma"A água não é um DIREITO Humano básico" E você, o que vai fazer em relação a isso?



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