Sociologia

Situação económico-social portuguesa: uma análise

Crise económica, mas também SOCIAL...

Aquilo que hoje enfrentamos pode ser designado por crise, porém é já algo mais do que isso. Hoje estamos já perante um processo histórico, uma vez que se trata de algo que se tem alargado e perdurado no tempo. A crise, como se prefere denominar, não é algo de hoje, mas sim algo que já vem do passado e que tende a crescer.

Um dado fundamental a ter presente é, a meu ver, o facto de que o processo por nós enfrentado não diz, apenas, respeito às questões económicas e financeiras, mas também sociais. Contudo, o que me parece evidente é que o governo português, perante as exaustivas medidas de austeridade que pretende implementar, se está a esquecer deste pormenor.

Se Portugal já se tem afigurado como um país onde proliferam os casos de pobreza, com as medidas de austeridade que estão e irão ser implementadas o mais natural é que o número de dados casos seja ainda maior. É claro que perante uma situação de dívida como a nossa têm que ser tomadas certas medidas, mas é necessário que as mesmas sejam estudas, pensadas, e suportadas pela sociedade. A questão é com as medidas exacerbadas tomadas pelo governo nacional até se pode vir a resolver o problema da dívida, mas nada nos garante que nos anos seguintes o país não volte a estar na mesma situação. Ou seja, todas as medidas tomadas não nos garantem certezas de um país economicamente melhor, nem tão pouco a nível social.

Na minha opinião, o governo nacional tem, apenas, contribuído para o aumento do número de indivíduos pobres, nomeadamente dos designados "novos pobres", aqueles que um dia tinham um rendimento que lhes garantia a satisfação de todas as suas necessidades e que hoje contam os "tostões" para ir ao supermercado. Aqueles que vêem-se, hoje, aflitos para satisfazer as suas necessidades mais básicas, uma vez que o seu ordenado fica maioritariamente destinado a um conjunto de dívidas e impostos.

É, no meu entender, muito importante que o Estado passe a dar mais atenção às questões sociais, nomeadamente a pobreza, não podendo, por tal, colocar em prática medidas descabidas e desapropriadas. Até agora as Instituições de Solidariedade Social têm ajudado muitas famílias, porém com o aumento do número de pedidos de ajuda, juntamente com os aumentos proclamados dos preços dos produtos alimentares, as mesmas podem vir a estar perante grandes dificuldades em ajudar todos aqueles que se encontram carenciados.

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