Meio que totalmente intrigante essa música,(rs) eu pelo menos acho ela categórica ao tratar de tantos assuntos, de "domínio público" e de forma tão escraxada e irônica. Relacionando palavras chaves de sentidos antagônicos o autor vai compondo a música, entretanto, como dito antes, mesmo sendo antagônicos os termos usados [das distinções das ações que ele trata na música, e sob uma óptica "leiga" [senso comum] não enxerga-se combinação alguma entre os termos, prefere-se acreditar no peso irônico da frase, porém... não é de ironias que trata a reflexão que ela [a música] nos proporciona .Tentarei explicar-me a seguir.
"Eu vi a terra em transe profundo". Já no inicio,ele vem tratar de um transe ao qual relaciona-se, no decorrer da música, ao que se entende com a alienação como a conhecemos conceitualmente nos dias contemporâneos. O transe ao qual ele se refere é aquela inércia provocada e mantida pela conveniência gerada pelo "capital" que propõe a individualização das pessoas. "Todo mundo era poeta todo mundo era atleta todo mundo era tudo?. "DO IT YOURSELF", diziam "O CÉU É' O LIMITE", acredite." Todo mundo era tudo, todos podem ser tudo! É só ter... ?(money , status, influência...) E para respaldar o que disse anteriormente sobre a lógica do "capital" encontramos uma das máximas do mesmo com o ?DO IT YOURSELF?[Faça você mesmo] (ignore os outros, você não precisa deles! "a tradução"), O CÉU É O LIMITE, ACREDITE. Pois bem, me sinto contemplado nessa questão individualizante.
E aqui começa o bombardeio de contradições: "Clichês inéditos, déja vu nunca visto, esquerda light, diet indigestão, jagunço hi-tech, perua low profile, cabelo vermelho Ferrari, jóia rara para a multidão." Afinal, para o clichê existir ele tem que ter sido inédito um dia, quanto à "esquerda light", arrisco dizer que o Humberto [compositor] teria certa clarividência, pois, já nos anos 80 enxergava essa quebra de conduta da "esquerda" política Brasileira assim como a citação "jagunço hi-tech" [nesse caso o Cazuza já falava em "ver TV na taba de um índio".] E finaliza falando, de forma não tão clara talvez, em igualdade, porém, óbvio como uma contradição. Ora! "jóia rara para a multidão?".
"Tudo andava tão caído... eu andava por aí sem rumo: sem rima nem refrão em resumo: não tive culpa nem perdão...".Gosto, particularmente, dessa passagem. Me remete, mais uma vez ,ao discurso de construção da verdade, afinal, não tive culpa nem perdão (partindo do pressuposto da liberdade...)
"Tudo faz sentido agora que tudo acabou. O céu andava meio caído antes mesmo de desabar. Turistas vorazes (voyeur) levavam pra casa, desertos e oásis num vídeo k7. Anjos em queda livre. O céu abaixo do nível do mar". Lá vem ele de novo com lógicas capitalistas, na ocasião tratando dos turistas, (que, por acaso ,serão discussão de uma outra "musicosociologia") tratando do mercado onde tudo é transportado, assim como um deserto ou um oásis. E o céu abaixo do nível do mar...
E agora pra acabar, mais um bombardeio de contradições as quais ressaltarei algumas na sequência: "(CONTRA A TRADIÇÃO: A CONTRADIÇÃO) Overdose homeopática, ode ao que se fode, humildade (com "H" maiúsculo e dourado). Enfant terrible veterano, calendário eterno, fuso anti-horário, luz difusa, confusa explicação. tara relax, safe sex, disneylândia dândi (a grande guerra). pantanal new age, bacanal cristão, fanatismo indeciso, fanática indecisão em resumo: ET CETERA e tal..." Primeiro, ( e que gosto muito de usar) "Humildade, com "H" maiúsculo e dourado". Nesse caso o interessante é que não é normal encontrar tal colocação no cotidiano, nada que não se compare a falsa modéstia, não que eu use da falsa modéstia (a não ser no back), o que realmente gosto é de empregar essa colocação no dia a dia, por isso gosto de usar essa expressão. E dai por diante, "enfant terrible veterano" Criança, terrível veterana; moleques dos morros por exemplo. "Confusa explicação" .Aqui, no caso ,coloquei porque lembra muito minha situação na sala de aula (rs). Em relação à próxima colocação para esclarece sugerirei um livro, a expressão: "Bacanal cristão", O livro: A vida sexual dos papas. E "em resumo: ET CETERA e tal...
Pois bem meus caros, essa era a contribuição, que extrai da música e que poderei deixar para os colegas por hora (Tô morto passei o feriadão trabalhando, mas num deixei de estar aqui, escrevendo. Podia ta matando, roubando, mas não! estou aqui escrevendo rsrsrsr)
Porém, contudo, todavia, entretanto, levando em conta que: não sou de ferro! Ir-me-ei.
À tod@s um cordial abraço!
No mais... Inté quando dé!