Sociologia

(Geografia) Os problemas socioeconômicos existentes na África - Parte 01

A África é um continente que ainda enfrenta uma série de problemas (principalmente políticos, sociais e econômicos), afetando diretamente a maior parte da sua população.
A África é o continente mais pobre do mundo.
A parte norte da África (África Islâmica ou Branca) é a região menos pobre do continente, sendo a África Subsaariana a região onde os quadros politico, social e econômico se apresentam de forma mais alarmante, onde metade da população vive abaixo da linha da pobreza, com menos de US$1,25 por dia.

Acima: Favela de Kibera, no Quênia (2º maior do mundo)
Abaixo: Favela de Soweto, na África do Sul

As imagens anteriores e as que virão serão reflexos desses problemas
Não muito diferente daqui do Brasil, muitas famílias pobres são socialmente obrigadas a viverem em favelas, em suas moradias precárias, com esgoto a céu aberto, sem asfalto, pavimentação ou mesmo luz elétrica. São lugares de extrema pobreza. Nesse contexto, as pessoas fima mais expostas aos riscos de doenças, fome e demais mazelas decorrentes da de recursos que indicam a baixa qualidade de vida.
Veremos a seguir alguns dos problemas socioeconômicos que atingem a população africana

Problemas na área da saúde

Muitos dos problemas de saúde na África estão ligados à má alimentação e à falta de saneamento básico
Lembrando que saneamento básico é o tratamento das águas que entram (água potável) e que saem (esgoto) dos recintos.
A falta de saneamento básico favorece a proliferação de doenças como cólera, malária, disenteria, febre amarela entre outras

Criança etíope, em 1970, com o rosto coberto pelas feridas causadas pela varíola

Quanto menor é o desenvolvimento socioeconômico do país, maior é a incidência de doenças infecciosas, como a tuberculose, a cólera e o sarampo.
Muitas doenças que são consideradas extintas ou controladas, como o sarampo, ainda matam na África.
Falaremos a seguir mais especificamente de duas epidemias que assolam o continente africano: a malária e a AIDS.

A MALARIA

Área de maior índice de casos de malária na África

A malária é uma doença causada pelo protozoário do gênero Plasmodium.
Sua transmissão ocorre por meio da picada do mosquito fêmea Anopheles.
Os infectados podem apresentar sintomas como dor de cabeça e no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios.
Em geral, esses quadros são acompanhados por dor abdominal e nas costas, tontura, náuseas e vômitos. Gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença.
O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasita (infecção) até o surgimento dos primeiros sintomas, varia em geral de oito a 17 dias

A malária, que é responsável pela morte de milhões de crianças.

A doença, que é completamente evitável, é causada pela picada de um mosquito, e seu maior impacto incide sobre a África.

Estima-se que a malária tira a vida de uma criança africana a cada minuto e continua a ser a principal causa de morte de crianças menores de cinco anos.

Criança com malária em estado latente

Redes de cama que custam $6 dólares (cerca de R$11 reais) podem evitar a mortal doença. Essas redes contra os mosquitos devidamente usadas mostraram-se eficientes em reduzir a propagação da malária.

Incidência da malária em alguns países de língua portuguesa

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, não há vacina contra a doença e o melhor caminho é a prevenção.

A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito, mas pode evoluir para suas formas graves em poucos dias se não for diagnosticada e tratada de forma rápida e adequada

A AIDS

Outro problema alarmante na África Subsaariana é o que se refere à AIDS

Numero estimado de infectados com HIV na África para o ano de 2003

70% do total de infectados do planeta estão no continente africano (algo em torno de 23 milhões de pessoas infectadas)
Mesmo na África do Sul, país com maior PIB e o mais industrializado de todo o continente africano, encontramos uma epidemia de AIDS, onde, ao menos, 20% da população adulta é soropositiva (possuidora de HIV).
Durante muito tempo, praticamente não haviam campanhas de prevenção à AIDS. Com exceção de Uganda, faltavam testes de HIV e medicamentos para tratar doentes. O reflexo disso tudo é que a população africana estava sendo dizimada, tendo a expectativa de vida de sua população reduzida em 18 anos.

Porcentagem da população adulta soropositivas nos países africanos

A falta de politicas publicas no combata à AIDS, por meio de campanhas de prevenção, traz como consequência um aumento na porcentagem de números de infectados.
E a falta politicas assistencialistas para os doentes é um grande agravante na qualidade de vida.
Segundo relatório de 2010 da UNAIDS (agência da ONU para o combate à AIDS) essa realidade esta mudando. Houve um aumento no teste de verificação em vários países. O esforço de prevenção e controle resutaram em declinio da parcela de infectados pela AIDS, incluindo mulheres gravidas.
Hoje países como Cabo Verde, Senegal e Niger apresentam taxa de incidência inferior a 1% entre os adultos.

A fome

A fome é um dos maiores problemas da África. Mais de 30 milhões de pessoas (de todas as faixas etárias) em 24 países estão passando fome.
Sua origem está relacionada às guerras, ao clima seco e às crises econômicas que assolam esse continente.
A África é um continente com grande índice de natalidade, mas a mortalidade também é alta.

Nesse contexto, é possível fazermos uma relação entre a mortalidade infantil, a persistência da fome e a subnutrição cronica e aguda, e a aquisição de doenças que assolam a África, pois um organismo mau alimentado possibilita a instalação de doenças que podem levar o individuo à morte.
Por mais que a seca e outros desastres naturais intensifiquem a falta de comida no continente, é a pobreza a principal responsável e o ponto chave desse quadro de miséria que assola a população que vive nesse continente.

AS PLANTATIONS

Plantations são latifúndios (grandes faixas de terras pertencentes a um único proprietário ou a um pequeno grupo de socios) cuja produção é voltada para o mercado externo (exportação)
Nesse contexto, o sistema de plantation na África se baseia no uso intenso de mão-de-obra mau remunerada e são voltados para o fornecimento do mercado externo.
As melhores terras agrícolas foram tomadas por grandes latifundiários para a plantação de café, cana-de-açúcar, cacau entre outros produtos.
As pessoas mais pobres são obrigadas a trabalhar por um salario extremamente baixo, devido a falta de alternativas na região.
Como os alimentos produzidos são direcionados aos outros continentes, não só a pobreza torna-se um problema na África, mas a própria falta de alimento.
Resumindo: Não é só o dinheiro que está faltando, está faltando comida.
É chamada de "Estação da Fome" o período do ano que se estende de março a dezembro, pois é o tempo que antecede a colheita.
Com a ausência de alimento nos armazéns, as famílias passam a fazer apenas uma refeição por dia.
A África recebe ajuda estrangeira, principalmente dos Estados Unidos, que doam grande quantidade de alimentos. Porém, essa ajuda atual não resolve o problema pois trata somente os sintomas da fome, mas não a sua causa.

Panfleto de divulgação das missões na África do movimento Kadosh Yisrael

É frequente a presença de ONG's e missionários (religiosos) na África. Eles tem por principio ajudar os menos favorecido, seja tratando doenças, seja doando alimentos, seja orando e evangelizando, seja tomando outras iniciativas sociais.

BUSCANDO MELHORIAS

Comunidade para o desenvolvimento da África Austral (SADC).

A situação problemática em que a África se encontra deu origem à criação de uma comunidade em 1992: a Comunidade para o desenvolvimento da África Austral (SADC).

Logo da SADC

A SADC nasceu das experiências positivas de cooperação entre os governos da parte sul da África, chamada Austral, em sua luta contra a resistência colonial e as políticas do Apartheid na região.

África Austral e os países membros da SADC

São objetivos claros da SADC:

Proporcionar o crescimento econômico dos países africanos
Elevar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) desses países
Melhorar a qualidade de vida do seu povo
Promover a paz e a estabilidade na região
Favorecer o desenvolvimento sustentável
Combater a AIDS
Reafirmar e valorizar o legado sociocultural africano

União Africana (UA).

Seguindo a tendência mundial de união economica entre os países, surge em julho de 2001 a União Africana (UA).

Logo da União Africana

A União Africana é composta por todos os países do continente

São objetivos claros da União Africana (UA):

Acelerar o processo de integração regional
Promover e consolidar a unidade do continente
Fomentar a união, a solidariedade e a coesão
Eliminar os flagelos dos conflitos
Habilitar a África a fazer face aos desenvolvimentos políticos, econômicos e sociais da ordem internacional

Referência:

Apostila de Geografia do 2º semestre de 2012 (J.Piaget - Sistema de Ensino)

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