A ascensão proletária
Sociologia

A ascensão proletária


Entre 1847 e 1848, Marx e Engels publicaram o Manifesto Comunista. Nesta obra, a luta de classes foi identificada como elemento determinante nas transformações sócio-econômicas produzidas ao longo da história. Desta forma, passaram a conclamar o proletariado a lutar pela construção do socialismo pela via revolucionária.

A análise das sociedades ao longo da história da humanidade, através do método marxista, ou seja, pela ótica do materialismo histórico, permitiu constatar que parte dessas sociedades organizaram sua produção de maneira diferente do capitalismo. Em sociedades tribais, por exemplo, como a capacidade produtiva era escassa, a produção limitava-se a obter da natureza o indispensável para sobrevivência, existindo uma divisão natural do trabalho, estabelecida a partir do sexo ou idade.

O progresso técnico científico e a maior complexidade dos processos produtivos alteraram esta divisão natural do trabalho. A produção de um excedente (nota-se que as crises que eram antes causadas pela escassez, se tornam crises de superprodução, caracterizando a perspectiva capitalista) e sua apropriação por um grupo limitado de integrantes da sociedade, no caso, os proprietários dos meios de produção, implicaram em nova divisão social do trabalho, assim como, na apropriação privada dos resultados do processo de produção. Nestas circunstâncias, a condição de classe dos integrantes de uma sociedade é determinada pela posição destes mesmos indivíduos na divisão social do trabalho.

A relação entre classes sociais é de antagonismo e oposição, já que interessa para a burguesia manter e reproduzir a propriedade privada, a extração do lucro, em oposição dos ideais sociais dos trabalhadores que reivindicam maiores salários, jornadas de trabalho menores e melhores condições de trabalho. Não obstante, a produção social depende de relações de cooperação entre as classes, o que não significa serem essas releções amistosas. Ao contrário, a existência da burguesia pressupõe a expropriação do trabalhador, tanto dos meios de produção, quanto do produto de seu trabalho, obrigando-os a venderem sua capacidade de trabalho em troca de um valor (salário) que possa garantir-lhes a sobrevivência.

Diante de uma estrutura fundamentada na propriedade privada dos meios de produção, em que a riqueza se concentra nas mãos de poucos, o conflito social é inevitável, uma vez que a opressão não é apenas econômica, mas social, política, cultural e ideológica em que a classe proletária está submetida.

Consequentemente, há um conflito de interesses que alimenta a luta de classes, que por sua vez, se constitui em mecanismo de tranformação revolucionária da estrutura social vigente. Na concepção marxista, a história de todas as sociedades é a história das lutas de classes. Por isso, Marx identificou a luta de classes como o ?motor da história?, responsável pelas principais mudanças estruturais nas diferentes sociedades. Desta maneira, a classe oprimida seria o agente transformador, que ao negar a estrutura social que a oprime, propõe derrubá-la e, assim, edificar uma nova relação social de produção.




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