Sociologia
Até quando, racionalidade?
Na atualidade, o dinheiro não vale só como valor pecuniário como também dá ao seu possuidor valor, no sentido de qualidade. O homem capitalista adotou como medida padrão o dinheiro, e por meio dele mensura pessoas, como se isso fosse tão simples quanto dar preço a um simples objeto.
Contudo, a adoção do dinheiro como algo tão importante não é inédita, o que diferencia a era de supervaloração monetária capitalista das demais, como afirma Weber, é a ideia de extrema racionalidade. A racionalidade espalha-se por todas as áreas da vida do homem, cada ato passa a ser calculado, para que se calcule o prejuízo ou o lucro. As ações não são mais espontâneas, é tudo programado!
Nesse contexto, no qual a dinamização racional do investimento é algo de extrema importância, as pessoas perdem importância enquanto humanos. O homem abdica cada vez mais do seu lado sentimental para preocupar-se com o lado racional. As pessoas deixam de viver a vida que lhes gera prazer para viver a que lhes gera lucro, o dinheiro é o começo, o meio e o fim de todo e qualquer objetivo. Mas até quando ser tão racional com a vida sentimental é ser racional com si mesmo?
O corpo precisa ser alimentado, e isso o dinheiro não faz. Amizades, amores, decepções e conquistas sentimentais são o que dá o verdadeiro valor à vida, valor esse que não tem nada de pecuniário. O homem que vive pelos números perde a própria racionalidade interna, pois preocupa-se com seu status e consideração social, e não com si próprio. Não cuida do seu maior bem, que não pode ser comprado, que é o corpo enquanto conjunto de sentimentos e preferências espontâneas. Tanto preparo para uma vida capitalista não ajuda em nada a conquista de uma vida realmente humana.
Por fim, conclui-se que a racionalidade que o capitalismo precisa diverge muito da racionalidade que o homem precisa. Os objetivos do capitalismo são sobre-humanos, portanto, muitos não alcançam os alvos programados pela sociedade, e por isso são taxados. Contudo, por não terem a racionalidade psicológica, não sabem administrar a derrota capitalista e a interpretam como o fim de tudo, porém esse fim pode ser um grande recomeço para o entendimento da própria existência e dos desejos pessoais. O homem não é exclusivamente racional, e isso não poderá ser exigido dele infinitamente!
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