Tema: Capitalismo: um embate cultural
O desenvolvimento e o avanço do capitalismo foram encarados por alguns, com desconfiança, descrença, indignação moral, e até mesmo, ódio ou medo, sendo, por isso, um dos maiores obstáculos para a sua consolidação o tradicionalismo.
O capitalismo não era apenas um novo sistema econômico que estava sendo implantado, era um elemento transformador e revolucionário que afetou profundamente a vida das pessoas na época. Grande resistência ocorreu por parte dos trabalhadores que se negavam a abandonar seus antigos métodos de trabalho herdados para aprenderem métodos novos e mais eficientes, cujo único objetivo era apenas a obtenção de lucros e mais lucros.
Entretanto o capitalismo era, além de tudo, uma nova ideologia que propunha uma visão de trabalho, riqueza e satisfação das necessidades pessoais de maneira diferente da que estavam acostumados a maioria. Os negócios, o trabalho árduo, o desejo de poder e a acumulação de riquezas tornam-se parte necessária da vida das pessoas, resultando em uma inversão, pois, pessoas que estavam habituadas a trabalhar por certa quantia a qual fosse suficiente para satisfazer suas necessidades passam a ter o trabalho incessante e o acúmulo como o único fim de sua vida e meio para alcançar a felicidade pessoal.
A aquisição econômica não está mais subordinada ao homem como um meio de satisfazer suas necessidades e a importância de ganhar e acumular o quanto de dinheiro fosse possível torna-se uma regra de conduta de vida e uma expressão de virtude e de eficiência por estar no caminho certo.
Portanto, ?o capitalismo atual, que veio para dominar a vida econômica, educar e selecionar o sujeito de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto? elimina do mercado aqueles que se recusam ou são incapazes de se adaptarem.