Em 2005, a festa do Círio de Nazaré foi inscrita no Livro de Registro de Celebrações do Iphan.
O Decreto 3.551, de 4 de agosto de 2000, instituiu o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro. A partir do decreto, os bens imateriais passaram a ser inscritos nos livros de Registros do Iphan: dos Saberes, das Celebrações, das Formas de Expressão, e dos Lugares.
"A Festa do Círio de Nazaré, em Belém do Pará, é uma celebração constituída de vários rituais de devoção religiosa e expressões culturais, cujo clímax ocorre na procissão do Círio. Para os paraenses, é o grande momento de demonstração de devoção e solidariedade, de reiteração de laços familiares, assim como de manifestação social e política", registra a certidão que reconheceu como bem cultural a Festa do Círio.
Há mais de 200 anos, Belém do Pará comemora a festa do Círio de Nazaré. A celebração não tinha uma data definida, podia ser em setembro, outubro ou novembro. A partir de 1901, o bispo Dom Francisco do Rêgo Maia fixou o segundo domingo de outubro como a data oficial do Círio.
No dia do Círio, Belém para. O trânsito é interditado nas ruas centrais da capital, as lojas fecham. As ruas são decoradas e ocupadas pelos moradores atentos à passagem da imagem da santa. A festa reúne cerca de um milhão e meio de pessoas na cidade.
De acordo com o dossiê do Iphan, a origem do Círio Nazaré remonta a lendas e mitos que se misturam a fatos históricos. Por volta de 1700, conforme a tradição, caminhava nas matas da estrada do Utinga, hoje avenida Nazaré, em Belém do Pará, um caboclo chamado Plácido José dos Santos. Ao procurar água, descobriu entre as pedras cobertas de trepadeiras, às margens do igarapé Murutucu (localizado atrás da atual Basílica de Nazaré), uma pequena imagem da Virgem de Nazaré.
Plácido levou-a para casa e, no dia seguinte, a imagem não estava lá. Ela tinha voltado para o igarapé. Plácido resolveu construir uma pequena ermida para abrigar a imagem. A notícia do "milagre" espalhou-se rapidamente, atraindo vizinhos e habitantes da cidade que passaram a engrossar as fileiras dos devotos da santa milagrosa.
Fonte:O texto faz parte da notícia RETRATOS - Festas religiosas, um bem a ser preservado: