Progresso erguido sob exploração
Numa cobiça disfarçada de humanidade
Nesse Progresso
É assim que o Tio San te estenderá a mão !
Colocando outra em teu bolso
Colocando o pé em seu quintal
Colocando palavras em sua boca
Progresso gestado na violência
Na evolução da guerra e da ciência
Na perfeição do maquinário assassino
No intervencionismo pela força
Em preconceitos e racismos
que progresso é esse?
Que soa com violência e morte
Principalmente com que é do sul
Que lembra espelhos e roupas
Pra quem é acostumado nú!
Que produz tantos automóveis
mesmo que permaneçam horas imóveis
No lugar que não tem estrada
No lugar que não tem espaço
No Lugar que não tem dinheiro
No lugar que não tem "progresso"
Na net pra passar o tempo
Na net pra passar a vida
Vejo a vida passar em bytes transferidos
Vejo a vida passar na net
O ser que esqueceu sua humanidade
Luta contra seus próprios medos
Deixando seus passos no mistério
Que se tornou sua alma
A frieza racional dos cálculos
Alicerçou os muros de uma prisão
Capaz de conter qualquer emoção
No lugar angustiante criado pela modernidade
Onde não há atrasos nem calma
Os passos ecoam na incerteza dessas ruas
No caminhar cansado
Fraco e sem itinerário
Ecoam com o vento
Para em longas distâncias
Tentar a perpetuação de uma vontade.
Quando o som do vento
Ecoou na alma
Perderam-se nas distâncias
As entranhas do coração
A águia sobrevoou
Nas distâncias do longo tempo
No horizonte arcano
de caminhos retos e curvos
de crepúsculos nascentes
Anunciados por uivos
No vôo introspectivo do ser
No sentido de tudo
Na razão da vidaQuando o som do vento
Ecoou na alma
Perderam-se nas distâncias
As entranhas do coração
A águia sobrevoou
Nas distâncias do longo tempo
No horizonte arcano
de caminhos retos e curvos
de crepúsculos nascentes
Anunciados por uivos
No vôo introspectivo do ser
No sentido de tudo
Na razão da vidaA frieza do Metal;
De cor negra e morta;
Chumbo perfurante;
Perpassa a vida;
E em instantes;
Na rua!
Mais uma mão fria;
Mais uma mão caída;
Tão perto estamos;
A cada esquina;
Beco escuro;
Sem que notemos;
Rapidamente ela se faz;
A morte;
E o vento frio já não tem sentido;
Menos de um minuto;
E uma vida inteira a ser pensada;
Como ficaria minha família ?
Como ficaria minha amada ?
O que resta senão o conforto;
De saber que estarão todos bem;
A lembrança mais forte que a morte;
Na mente sorrisos inesquecíveis . . . .
Importantes gotas escorriam
Formavam minúsculos cursos de água
Molhavam pés
Molhavam folhas
Molhavam as crianças na rua
Cursos dágua
Levavam e traziam
Alegrias e sofrimentos
Uma fria e gostosa harmonia
Lavava a Alma
Numa caminhada
Contra pingos diagonais
Retomava velhos sentimentos
Marginais a vida moderna
Não é preciso mais. . . .
Perder esse show rotineiro
Nem penso-lo
Nos últimos segundo de respiração
Para sempre viverei junto aos pingos
Na sua inexplicável lógica
Na sua perfeita simetria
E assim. . .
Morrendo e vivendo a cada dia
A chuva cresce em corpo e poesia...