Extinção da ciência estéril
Sociologia

Extinção da ciência estéril



Francis Bacon soergue-se como um dos grandes pensadores que fundamentaram o empirismo, desenvolvendo a premissa que somente as experiências seriam capazes de originar coerentes ideias e produtivos conhecimentos. Sua principal obra filosófica é ?Novum Organum?, que irá lhe conferir o título de fundador da ciência moderna, por criticar com veemência a dialética escolástica e conceber o conhecimento científico como um instrumento que se submete ao homem e lhe confere poder sobre a natureza. Diante desse pressuposto, o alicerce central do pensamento baconiano é a manutenção da mente por artifícios da experiência, não se restringindo mais ao conhecimento contemplativo advindo dos filósofos gregos.
O autor explicita claramente em sua obra que o labor da mente deve ser rejeitado, no qual um conhecimento estéril não serve ao bem estar do homem. De acordo com Bacon, a ciência manteve-se inconsistente até aquele momento por alicerçar-se em quatro ídolos (falsas percepções da realidade): ?ídolos da tribo?-distorções provocadas pela mente humana; ?ídolos da caverna?-formação do individuo; ?ídolos do foro?-relações pessoais e sociais; ?ídolos do teatro?-superstições e sistemas filosóficos. Em pleno século XXI, esses ídolos ainda estão extremamente enraizados na essência humana, no qual reluta frente a inovações, destacam-se as pesquisas com células-tronco e a legalização ou não do aborto.
A síntese da obra pode ser expressa pela ousada frase: ?saber é poder?. Bacon estabelece uma relação intrínseca entre ciência e poder, pois através da ciência o homem poderia compreender e interpretar a natureza. Contextualizando essa ânsia baconiana aos dias atuais, percebe-se que reflete um amplo embate, que seria o progresso humano versus a preservação da natureza. Portanto, Francis Bacon revolucionou os pilares científicos, ao buscar incessantemente pela materialização das ideias e ignorar uma realidade ideal.



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