Tribos e Tribunais
Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger
Todo dia a gente inventa uma alegria
A gente esquenta a água fria
E ignora a bola fora
Toda hora a gente dá um desconto
A gente faz de conta
Mas chega a um ponto em que ninguém mais quer saber
Crimes passionais
Profissionais liberais demais
Segredos de estado
Centroavante recuado
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem(2x)
Agente secreto
Agente imobiliário
Gente como a gente
Presidente e operário
Empresas estatais
Estátuas de generais
Heróis de guerra
Guerra pela paz
Hindus, industriais
Tribos e tribunais
Pessoas que nunca aparecem
Ou aparecem demais
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem(2x)
Críticos da arte
Arte pela arte
Pink Floyd sem Roger Waters (Welcome To The Machine)
Formas sem função
Fascistas de direita
Fascistas de esquerda
Empresas sem fins lucrativos
Empresas que lucram demais
E todo dia a gente inventa e fantasia
A gente tenta todo dia
Feitos cegos
Egos em agonia
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem, não, não
Todo dia, todo dia
Como dito, anteriormente, essa obra encontra-se carregada de argumentos e fatos relacionados à críticas políticas,democracia, arte, submissão e uma serie de antagonismos nas frases, criando um dualismo significante aos ouvidos mais críticos . Acho pertinente deixar claro aqui, o que me comprometerei de melhor explicar em outra ocasião, o fato de que, a interpretação efetuada por cada um sobre uma música, pode não ser bem o que o autor tinha pensado ( se é que me entendem), mas, isso que é o bom da música. Essa característica que nos possibilita longas viagens...
Já no inicio, o autor exclama a submissão à que as pessoas estão, costumeiramente, praticando todos os dias "Todo dia a gente inventa uma alegria, a gente esquenta a água fria. E ignora a bola fora." O dom do Brasileiro de deixar de lado o que realmente importa e ocupar-se com futilidades. Inventar algo pra esquecer o que eu é a bola da vez...( país do Carnaval).
Ele vem afirmar essa colocação no seguinte parágrafo: "Toda hora a gente dá um desconto, a gente faz de conta. Mas chega a um ponto em que ninguém mais quer saber" Pois bem, creio que vemos claramente, no nosso cotidiano, provas desses escritos. Principalmente, pelo fato de que esse interesse, esse ponto que ninguém quer mais saber, é ditada pela mídia, enxertando futilidades ao público, para que estes esqueçam, o que pode dar problemas no caso de tornar-se assunto de domínio público.
"Crimes passionais, Profissionais, liberais demais. Segredos de estado. Centroavante recuado". Aqui, conteúdo político, tratando dos liberais e, categoricamente aliando-o aos segredos de estado, discussão totalmente vinculada uma a outra. Liberalismo e estado como um conjunto institucional, ao qual estamos inseridos e construindo ( ou pelo menos tentando), com nossas participações e contribuições nos espaços cabíveis, ou seja, todo dia, o dia todo .
E um refrão, sensacionalmente, auto explicativo " Isso me sugere muita sujeira. Isso não me cheira nada bem. Tem muita gente se queimando na fogueira, e muito pouca gente se dando muito bem".
" Agente secreto, agente imobiliário, gente como a gente. Presidente e operário." Primeiro a horizontalidade (pelo menos gosto de enxergar assim, agentes e a gente...) e em seguida aquela clarividência que falei... Afinal essa música é dos anos 80.
E mais uma vez, usando do dualismo, que as palavras nos proporcionam o autor trabalha a nossa criatividade (sabiamente, creio eu) e nos dá a oportunidade de refletir sobre nossas próprias reflexões [reflexividade, Gidens] e assim, possibilitar, também, a oportunidade de uma perspectiva diferente da que é propagada pelo senso comum. "Empresas estatais, Estátuas de generais, Heróis de guerra, Guerra pela paz. Hindus, industriais. Tribos e tribunais, Pessoas que nunca aparecem, ou aparecem demais." Empresas estatais; estado mercantil, capitalista. Estátuas de generais; divinização de indivíduos. guerra pela paz; continua e evidente.[...] Pessoas que nunca aparecem; desmerecimento dos reais problemas. Ou aparecem demais; banalização por parte da mídia na busca pelo esquecimento do que realmente é necessário.
"Fascistas de direita, Fascistas de esquerda, Empresas sem fins lucrativos Empresas que lucram demais. E todo dia a gente inventa e fantasia, a gente tenta todo dia, feitos cegos, egos em agonia."
Aqui, posso declarar, acredito, o posicionamento que iguala os direitistas e esquerdistas atuais clarividência, quando tratava dessas empresas sem fins lucrativos, hoje, as ONG'S ( não me deterei muito nelas, creio que o acumulo gerado pela própria mídia maldosa, já compensa essa parte).
E pra finalizar , o autor, explicita o pensamento dele sobre isso tudo;
"Isso me sugere muita sujeira, Isso não me cheira nada bem. Isso me sugere muita sujeira, Isso não me cheira nada bem. Isso me sugere muita sujeira, Isso não me cheira nada bem".
Pois bem pessoas [...] por hora lhes trago isto para reflexão. (tive alguns problemas, o que me deixou meio travado no fim do texto, mas superarei.)