Goffman e o interacionismo simbólico ? Primeira parte
Sociologia

Goffman e o interacionismo simbólico ? Primeira parte




Erving Goffmanficou mais conhecido pela metáfora do teatro, que foi sua primeira etapa de desenvolvimento acadêmico.




O termo Interação simbólica foi criado por Hebert Blumer, cuja teoria tem como ênfase a simbologia da interação.

Os Pontos principais do interacionismo simbólico (mais geral)são:
os atores agem em função do sentido que os indivíduos dão à ação, a qual é reciprocamente orientada;
O sentindo nunca é independente da interação;
As interações ocorrem por meio de uma lógica própria.

Nessa teoria, a ?sociedade? é mais um processo do que estrutura -  as regras da estrutura social não determina as ações -  apontando para uma microssociologia.
Há uma atenção na ?ação/interação? e não na ordem social, ou seja, presa pelo estudo da ordem da interação, sendo as relações face à face privilegiadas.

Para essa teoria cabe a sociologia estudar (procedimentos) os arranjos que os indivíduos usam para se colocarem em interação.

Grosso modo, o interacionismo simbólico caracteriza-se como uma abordagem que busca se distanciar da análise que use qualquer entidade coletiva.

Goffman, contrariamente a ideia de Blumer, acredita que as estruturas influenciam sim as ações sociais, embora não seja um ponto central em sua obra. Para dar conta dessa observação desenvolveu posteriormente a ideia de ?quadros?.

Contrariamente, na etnometodologia, desenvolvida por Harold Garfinkel, entende que não existe nenhuma influencia da estrutura nas relações sociais. Acredita que é possível explicar a realidade social pela observação da interação (ver ?a clausula da reticência? de Garfinkel, onde a fala tem a função de manter a comunicação e não necessariamente trocar informação).

Goffman se afasta do interacionismo simbólico por acreditar que há uma pré-figuração nas ações sociais, marcada pela estrutura. Existe, para ele, duas ordem: a ordem social e a ordem da interação.

Para o Garfinkel a ordem da interação independe da ordem social. Goffman, embora afirme que a sociologia deveria focar na ordem da interação, acredita que esta está em parte configurada pela ordem social. Para Garfinkel são as ações que determinam a estrutura e não o inverso.  O Goffman reconhece que o foco deve estar na ordem da interação, mas que não se pode descartar a ordem social, buscando compreender que tipo de relação há e cada caso (Quadro da Interação ? as situações não são sempre iguais, pois os quadros não são sempre os mesmos ? os quadro faz com que haja um pré-agenciamento).
Exemplo: os indivíduos ao participarem de uma reunião sabem, por experiências anteriores, qual o quadro  (estrutura, regras... pré-existentes) existente. Assim projetam suas ações. Claro que muitas vezes ocorrem fenômenos novos e não esperados, os quais se sobrepõem ao quadro. Assim como no teatro existem toda a estrutura previamente construída e os atores buscam seguir o scrípt, mas que a cada apresentação alguns elementos novos inesperados acabam aparecendo.

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