No texto, ? Curso de filosofia Positiva? , de Augusto Comte, observa-se que a obra trata de um verdadeiro conhecimento de mundo e suas relações, havendo assim um amadurecimento do pensamento humano, sendo a base teológica e metafísica usada em segundo plano. A base citada anteriormente, tem um ideal preponderante de alicerçar e levar a mente humana ao estado positivo, estado último e mais essencial, e como define o próprio autor, sendo algo real, certo e útil, apresentando a capacidade de corrigir o caos e restabelecer a ordem.
Ainda há a discussão acerca da divisão, em três estados básicos, do conhecimento humano: O estado Teológico; o segundo conhecido como Metafísico e o denominado como Positivo. O primeiro estágio, conhecido como teológico ou fictício, também se divide em três períodos: fetichismo, politeísmo e o monoteísmo, sendo que no fetichismo uma vida espiritual, semelhante à do homem, é atribuída aos seres naturais, no politeísmo esvazia os seres naturais de suas vidas anímicas - tal como concebidos no estágio anterior - e atribui a animação desses seres não a si mesmos, mas a outros seres, invisíveis e habitantes de um mundo superior e no monoteísmo, a distância entre os seres e seus princípios explicativos aumenta ainda mais. É nesse estágio que o homem reúne todas as divindades em uma só. Já a fase teológica monoteísta representaria uma transição para o segundo estado, o estado metafísico.
O estágio metafísico possui certa proximidade com o teológico, pois ambos procuram soluções reais para os problemas terrenos e buscam explicar a natureza íntima das coisas, sua origem e destino últimos. Mas a diferença se encontra no fato que na fase metafísica o abstrato substitui o concreto e a argumentação está no lugar da imaginação.
Por fim, o estágio positivo renuncia a procurar os fins últimos e a sanar as últimas dúvidas. É aqui que surge a idéia de que o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo.
Por fim, ainda discute-se se há ou não a necessidade de haver a distinção entre ciência e técnica, ou seja, entre reflexão e ação. Isso por ser impossível o progresso da sociedade sem haver a valorização, além da distinção em questão. Na visão do autor, os conceito teóricos, os quais as sociedades estão presas, deveriam ser substituídos por ?generalidades científicas?, além de acreditar que o indivíduo deveria estar preparado para manter-se no trabalho, que é a sua função, agindo de forma semelhante ao órgão de um corpo humano.
Guilherme Dias- Direito Noturno