No livro ?Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico? de Friedrich Engels, o autor discorre sobre os socialismos de Saint-Simon, de Fourier e de Owen, os quais critica e chega à conclusão de que a descoberta do verdadeiro socialismo seria feita a partir da ciência. Para Engels, também, a visão fragmentada limita o homem e, portanto, a análise da sociedade deveria ser feita com a visão do todo.
Engels, para comprovar essa análise mais abrangente, usa do ?materialismo histórico?, no qual todas as respostas se encontrariam na história da sociedade, e não apenas em suas ideias. Aparece, assim, a ideia da ?dialética marxista?, em que se influencia pela dialética de Hegel ao desprender a concepção de história da metafísica mas com uma interpretação menos idealista.
A principal das ?leis históricas?, segundo Engels, seria a luta de classes. Para ele, o confronto entre burguesia e proletariado resultaria em um inevitável percurso: o socialismo. Esse surgiria, portanto, ao passo que se decifrasse as leis históricas e o capitalismo não conseguisse superar suas contradições. O socialismo, então, seria a síntese dessa fórmula.
No entanto, nem Engels e nem seu amigo Marx, previram a capacidade que a burguesia teria de ?suavizar a dialética?. Com a concessão de direitos ao proletariado, esse se tornou menos revolucionário e se adentrou no espírito de vida burguês. No fordismo, por exemplo, à medida que a produção crescia, mais trabalhadores eram contratados e mais consumidores eram gerados.
Os valores que outrora eram do proletariado passaram para a burguesia, como a luta pelos direitos homossexuais, por exemplo ? estes, aliás, compõem em sua maioria a imagem do consumismo que tanto agrada aos burgueses. A luta pela igualdade social ficou em segundo plano e bem-estar individual se sobressaiu. Ser de esquerda passou a ser a favor da pobreza, e não a favor da distribuição da riqueza e do desenvolvimento atingindo a todos, como era no princípio.
Nome: Jackeline Ferreira da Costa ? 1º ano Direito Matutino