Sociologia
Valor de uso, valor de troca e o fetiche da mercadoria
?Uma coisa pode ser valor de uso sem ser valor. (...). Uma coisa pode ser útil e produto do trabalho humano sem ser mercadoria. Quem, com seu produto, satisfaz a própria necessidade gera valor de uso, mas não mercadoria. Para criar uma mercadoria, é mister não só produzir valor de uso, mas produzi-lo para outros, dar origem ao valor de uso social?
De acordo com Marx o valor é definido pelo tempo de trabalho socialmente necessário à produção de uma mercadoria, através desse valor é possível efetuar a troca. Troca-se produtos de acordo com o tempo de trabalho despendido para que a mercadoria se realizasse (tempo de trabalho socialmente necessário à produção de uma mercadoria).
Porém para que algo seja aceito, e se torne uma mercadoria, é necessário que tenha valor de uso. De nada adianta possuir um produto que seja valor sem ser valor de uso, pois esse produto jamais seria aceito por terceiros, já que não possui utilidade alguma.
Marx também cita casos de ?coisas? que possuem valor de uso, mas não são valor, como é o caso do oxigênio, que é de extrema importância para a vida (tem um grande valor de uso) e não possui nenhum valor, já que este não é negociado (1). Outros exemplos de ?coisas?, dadas pelo autor, que não possuem valor, mas possuem valor de uso são: As matas não cultivadas, a água, o solo virgem, os gramados naturais, são todas ?coisas? em que a utilidade não é medida em trabalho.
Para que um determinado produto vire mercadoria é preciso produzir valor de uso para os outros. Porém o valor de uso não é o único determinante para que um produto vire mercadoria. Para que algum produto torne-se mercadoria é preciso que este, além do valor de uso, seja transferido para outro indivíduo através da troca, assim dessa maneira o produto se tornaria uma mercadoria.
Podemos concluir que de acordo com Marx para que algo se torne mercadoria são necessários três fatores. Que tenha valor e valor de uso (para terceiros e não somente para quem a produziu), gerando assim um valor de uso social e por ultimo que seja passada adiante por meio da troca, tornando-se assim uma mercadoria.
Fetichismo da Mercadoria
Em O Capital Karl Marx falava sobre o fetiche da mercadoria. Com a sociedade se tornando capitalista, a riqueza assume a forma de ?coleção de mercadorias?, sendo esta objeto externo ao ser que satisfaz suas necessidades, tanto físicas quanto espirituais. A mercadoria tem utilidade, é produto do esforço humano e tem valor de uso. O Fetiche da Mercadoria é onde esta passa de objeto de uso e torna-se objeto de adoração pelas massas. O individuo compra aquilo que o objeto significa e não o objeto em si.
Esta relação pode ser explicada através do grande consumismo dos nossos dias. O compradores muitas vezes se apropriam de uma mercadoria com a intenção de mostrar aos outros que o possui e não por realmente precisar dele.
Essa grande adoração, na moda, geralmente se dá pela veneração à marcas e produtos de luxo. Muitas vezes o indivíduo, mesmo não podendo, sacrifica-se para poder possuir determinado carro, roupa, acessório etc.
A sociedade está cada vez mais empenhada no ter para ser. Se antes uma habilidade tornava alguém especial em seu grupo, hoje é aquilo que possui.
O consumismo excessivo acaba por passar uma imagem negativa sobre a moda. Invés de símbolo cultural e de inovações, esta passa cada vez mais a instalar a imagem de fútil, inútil e capitalista. Talvez este seja o sentimento que caracterizará a moda atualmente: adoração de marcas e mercadorias. Mas não podemos deixar de esquecer seu significado primordial: expressar ideias, significados, identificar uma cultura.
fonte: http://novaspensatas.blogspot.com.br/2010/07/o-que-entre-outras-coisas-mostra-ilusao.html
http://exerciciosobremoda.blogspot.com.br/2012/06/o-fetiche-da-mercadoria.html
ATIVIDADE PROPOSTA:1º Momento
Realizar a leitura do texto em seguida esquematize o mapa conceituais.
2º MomentoA economia mundial está baseada na obtenção do lucro; e para alcançar tal objetivo as empresas submetem a sociedade ao ?vale-tudo? capitalista, no qual consumir é o primeiro mandamento.Comprar o necessário não condiz com o novo modelo econômico que supervaloriza o status e a aparência em detrimento do essencial. O valor do caráter humano deu lugar à superficialidade presente nas marcas das roupas e nos preços dos carros. Gradativamente, o próprio homem tornou-se um produto da ditadura do consumo. Pessoas felizes, bonitas e satisfeitas fazem parte dos anúncios publicitários, a fim de plantar nos receptores a vontade de comprar e de usufruir da mesma alegria. Diante do exposto desenvolva um produção textual de acordo com o
TEMA: A sociedade está cada vez mais empenhada no ter para ser.
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