?Brasil, ame-o ou deixe-o? não existe mais, por Maria Elena Pereira Johannpeter*
Sociologia

?Brasil, ame-o ou deixe-o? não existe mais, por Maria Elena Pereira Johannpeter*



Cantar o Hino Nacional é muito mais que um gesto simbólico, é alimentar em si a consciência de ser um agente transformador da realidade. Quando paramos diante da nossa bandeira, com toda a sua carga histórica e seus emblemas, somos convocados a refletir sobre nosso papel na sociedade, e esse momento é ainda mais importante para crianças e adolescentes, pois estão em plena fase do despertar cívico, em que aprenderão a amar e honrar a sua pátria e a construir desde cedo um país mais solidário e com valores. São crianças e jovens aprendendo a respeitar o espaço físico da escola, sem pichações, sem destruição dos bens físicos, atitudes que, infelizmente, acontecem frequentemente.

A questão ganhou destaque com uma lei aprovada pelo presidente em exercício, José Alencar, que determina a execução do hino, semanalmente, em todas as escolas de Ensino Fundamental do Brasil. Infelizmente, a iniciativa ainda é relacionada, por alguns, ao tempo do regime militar, quando era obrigatória a execução do hino e o hasteamento da bandeira. Só que hoje não se busca aquela realidade do ?Brasil, ame-o ou deixe-o?, slogan criado durante o governo do presidente Emílio Médici, que impunha aos brasileiros escolherem entre serem patriotas ou abandonarem o país.

Esse Brasil não existe mais. No ambiente democrático em que vivemos, podemos nos permitir um sentimento livre, de pertencimento, estimulado pela participação de milhares de cidadãos na construção do desenvolvimento da sua comunidade. Porque não são apenas os governantes que decidem o futuro de um país. A grande força parte da união de todos por uma causa. O voluntariado, por exemplo, é uma bandeira carregada por cada pessoa que dedica seu tempo, seu conhecimento e sua emoção para melhorar uma realidade. Nos jovens, o sentimento de ?dá para mudar, é só começar? é ainda mais vivo, mais pulsante, e essa energia precisa ser estimulada e direcionada para o bem do nosso país. O simples fato de reunir os alunos no pátio da escola por alguns minutos para cantar o Hino Nacional é um dos tijolos dessa formação.

É importante, sim, aprender a amar o Brasil. Amar o que é nosso. Sentir orgulho do país onde nascemos, que tem enormes problemas sociais, mas com pessoas extraordinárias dando exemplos de cidadania silenciosamente para serem seguidos em qualquer parte do planeta. Ser patriota é valorizar o lugar onde se mora, participando ativamente na sua comunidade (seja escolar, religiosa, política, empresarial etc.) em busca do bem de todos. Seja por meio do trabalho remunerado ou voluntário, o importante é não esquecer que uma sociedade é composta por diferentes pessoas, raças, etnias, crenças. O patriotismo de hoje é diferente daquele simbolismo imposto pelos governos autoritários e prevê o respeito por quem é da nossa terra e também por quem não é. Afinal de contas, nossa pátria é o mundo.

*Presidente executiva (voluntária) da ONG Parceiros Voluntários

Fonte: Jornal Zero Hora - Nº16019 - 29 de Setembro de 2009.

Veja abaixo a imagem em: clube-do-dvd.blogspot.com/2008/08/download-do...





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