Sociologia
Alienação
Foi a partir do século XVIII que o desenvolvimento do sistema capitalista foi acelerado. O avanço da ciência desencadeou o progresso da tecnologia que, por sua vez, modificou a vida do homem na medida em que transformou o modo de produção vigente.
A substituição do homem pela máquina na indústria foi o principal fator modificador dos valores sociais e também do modo de produção. Se antes o homem detinha os meios de produção ? ferramentas - e o conhecimento desta, agora é a máquina que o detém. Como diz Marx, ?a máquina, da qual parte a Revolução Industrial, substitui o trabalhador, que maneja uma única ferramenta, por um mecanismo, que opera com uma massa de ferramentas iguais ou semelhantes de uma só vez?.
A máquina não é um elemento neutro, ela é necessária para aumentar a produtividade em decorrência da competitividade. Além disso, ela confronta o homem e o seu saber, sendo um artefato que pode substituí-lo por realizar funções semelhantes às suas. Assim, a emancipação dos limites orgânicos do ser humano estabelece novo referencial e modifica a vida e os valores sociais existentes.
No entanto, a maquinaria não surge para o alívio do ser humano, como pensava Aristóteles: ?cada ferramenta, obedecendo às ordens ou mesmo pressentindo-as, pudesse realizar a obra que lhe coubesse, como os engenhos de Dédalo que se movimentavam por si mesmos, ou as trípodes de Hefaísto que iam por si mesmas ao trabalho sagrado, se as lançadeiras tecessem por si mesmas, não seriam, então, necessários auxiliares para o mestre-artesão nem escravos para o senhor?. Seu objetivo é atender aos preceitos do mercado e por isso, surgem inúmeros problemas como a utilização do trabalho infantil e da mulher e o esvaziamento do saber do homem.
A alienação do homem perante o sistema produtivo é perceptível na atualidade, sendo que hoje a máquina substitui completamente o trabalho humano em alguns ramos industriais. Como o homem, que detinha o conhecimento necessário para a produção, torna-se apenas mero operador da máquina, ocorre uma desvalorização do trabalho. Então ela, ao se libertar dele, pode torná-lo periférico no sistema de produção e até mesmo na vida.
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