A introdução das máquinas na indústria não alterou apenas o modo, e o resultado da produção, mas sim o mundo, isso pelo fato de inserir a ciência e a tecnologia, e tornar o mercado o eixo central das relações.
O Homem que sempre dotado do seu saber, exercia todas as atividades e etapas da produção, desde a fabricação das suas ferramentas e dos meticulosos detalhes até as partes mais básicas dos produtos, a partir desse momento, passar a ser substituído por um instrumento inovador, capaz de produzir mais em menos tempo.
Assim, se antes a produção dependia das condições do homem, depois da máquina, ela se liberta. E a inserção desses novos meios de produção acaba sendo o único modo de atingir um mercado global, porque por mais que aumentassem as jornadas de trabalho do trabalhador, a produtividade pela máquina era muito maior do que a que poderia ser alcançada dentro dos limites humanos. Em suma o homem é confrontado por um objeto capaz de produzir além da capacidade dele mesmo, já que se torna impossível atingir o mercado global sem aderir a esses novos artefatos.
Para Marx há dois lados para se entender, sendo um deles o fato de que a máquina emancipou a produção, indo além dos limites humanos de produção, e que é positivo, e o outro é que essa inserção de artefatos diminui cada vez mais o conhecimento humano de conteúdo, visto que antes o trabalhador possuía o saber de produzir desde sua ferramenta de trabalho, e todas as etapas de produção do seu produto, e depois passa a fazer trabalhos que exigiam pouca sabedoria, como apenas fiscalizar as máquinas para caso de algum erro na produção, ou usar a força para gerar a energia para as máquinas. Como exemplo de como o homem começa a ser diminuído na indústria, há o exemplo do modo de produção chamado "Fordismo", no qual o objetivo era produção em massa, e que se constituía basicamente no fato de cada trabalhador fazer uma pequena etapa da produção, o que consequentemente não dependia de uma mão de obra qualificada.
Pode-se dizer que o capital desvaloriza o homem, diminuindo a sua necessidade do saber para adquirir um trabalho, o que é refletido nos preços dos produtos, já que os preços caem, sendo reflexo da desvalorização do trabalho do operário.