Cercados por diferenças, que vão desde a personalidade das pessoas ate os objetivos e desejos, vivemos em uma sociedade que se agrupa, apesar do conflito diário e das opiniões contrarias existentes dentro de nosso convívio. Tais divergências surgiram com a industrialização e o capitalismo que ao separar a mão de obra, também dividiram ideais, e os objetivos. Sofremos também com a diferença religiosa que na maioria das sociedades primitivas é o cerne que gera o consenso entre todos do mesmo clã. Pensando nisso Durkheim entende a coesão social com base na visão do todo, identificando duas formas de agrupamento, a chamada solidariedade mecânica e orgânica.
A Solidariedade mecânica entende como se da a união das sociedades mais primitivas, onde todos possuem ideais e objetivos coletivos, onde seguem uma mesma religião e convivem sob o âmbito do coletivo, sem pensar nos seus ideais individuais. Dessa forma essa chamada solidariedade coletiva, promove a coesão do todo, e mantém a sociedade preservada.
O problema se da justamente ao se estudar as atuais sociedades, onde vivemos de forma egoísta e sempre pensando nos nossos próprios ideais, em busca dos nossos próprios desejos. Sendo assim as amarras sociais que nos mantém a vida coletiva se dão de outra forma, e são chamadas por Durkheim de solidariedade orgânica.
Enxergando as sociedades como um grande corpo, onde a função de cada órgão é necessária para o funcionamento do todo, Durkheim vai priorizar a ação do individual para que o todo possa funcionar, e dessa forma apesar de cada órgão exercer funções e ter objetivos distintos ele deve se ater a um objetivo em comum, que é o funcionamento do todo, e para que isso seja garantido se utiliza da norma, ou seja, de regras coletivas, que limitem os homens em alguns momentos a um objetivo central e superior sempre em prol de todos, e assegurando assim a unificação social. É em busca disso que o direito surge como o limitador de cada individuo, e o necessário para que haja a coesão e o desenvolvimento do todo.