BARRÈRE, A; SEMBEL,N. Escola e Socialização. In: Sociologia da Escola. São Paulo: Edições Loyola, 2006. p. 15-34.
Sociologia

BARRÈRE, A; SEMBEL,N. Escola e Socialização. In: Sociologia da Escola. São Paulo: Edições Loyola, 2006. p. 15-34.


                                                                                                        Janniny Gautério Kierniew


O primeiro capítulo do livro, intitulado ?Escola e Socialização? aborda o conceito de socialização, fazendo um breve resgate teórico. Inicialmente, Barrère e Sembel refletem sobre a concepção clássica do tema, na qual, está fundamentalmente correlacionada com a formação moral do indivíduo, sendo a família e escola as duas principais instituições sociais encarregadas de moldar o comportamento dos sujeitos. Porém, essa perspectiva, que os autores atribuem aos pressupostos durkheiminianos, apenas podem corresponder a uma análise macrosociológica, não cabendo mais a contemporaneidade, uma vez que há grande diversidade de culturas.
O segundo entendimento sobre o conceito de socialização está pautado sobre a perspectiva da reprodução social, que contrapõe a visão clássica, na qual, Bourdieu e Passeron são os dois principais estudiosos.  Esse ponto de vista aborda a escola com um papel fundamental na constituição dos indivíduos, mas apenas como fomentadora de um processo, uma vez que para eles, a escola faz parte da sociedade. Segundo os autores, a escola contribui para a reprodução social, não para a formação integral dos sujeitos, onde a ?sociedade é um conjunto de estruturas de poder que imprimem, em particular graças à escola, sua marca no indivíduo? (pág. 20).
A perspectiva da experiência escolar é a terceira teoria tratada no capítulo. Formalizada por François Dubet compreende a subjetividade do indivíduo frente aos paradigmas escolares, onde através de uma série de pesquisas, ele estudou a maneira pelo qual os alunos constroem sua experiência na escola. Para Dubet, o aluno não é passivo frente a sua socialização escolar, mas sim, está permeado a uma intensa troca sendo, que cada situação escolar é caracterizada por uma ?combinação? particular entre três lógicas de ação: integração, estratégica e subjetivação na qual, em correlação, forma tipos específicos e singulares de socialização, não tendo uma regra fixa e universal para todos os indivíduos.
Por fim, o capítulo trata da relação família e escola, em que, os estudos da atualidade valorizam para uma relação de horizontalidade entre essas duas instituições, onde seja possível, a socialização transpassar os muros da escola, e percorrer diversos tipos de atividades (culturais, esportivas, pedagógicas) para que dessa forma, os indivíduos possam ter diferentes modelos em sua socialização. 



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