Teatro do Oprimido: singrando opressões e propondo soluções
Sociologia

Teatro do Oprimido: singrando opressões e propondo soluções


Por Mariana Bittencourt
Frederico Solón
Romulo Iago
Zósimo Ferreira


As desigualdades sociais permeiam o conteúdo do plano de atividade do segundo semestre do PIBID de Sociologia, deste modo escolheu-se uma ferramenta pedagógica que aliasse a perspectiva da interdisciplinaridade e da arte-educação para auxiliar no desenvolvimento do pensamento sociológico.
Desse modo se escolheu uma atividade que se utilizasse da linguagem teatral, apropriando-se dos saberes desenvolvidos por Augusto Boal nas obras Teatro do Oprimido e Jogos teatrais para atores e não atores.
A prática do Teatro do Oprimido (T.O.) são:


formas teatrais que pudessem ser úteis para oprimidos e oprimidas, criando condições para ultrapassarem o papel de consumidores de bens culturais e assumirem a condição de produtores de cultura e de conhecimento. Para tanto, sistematizou o Teatro do Oprimido, que poderia ser chamado de Teatro do Diálogo que, partindo da encenação de uma situação real, estimula a troca de experiências entre atores e espectadores, através da intervenção direta na ação teatral, visando à análise e a compreensão da estrutura representada e a busca de meios concretos para ações efetivas que levem à transformação daquela realidade. (BOAL,1991)
Assim, a partir dos eixos das opressões de gênero, de classe, de sexualidade e de raça/etnia. Desenvolvemos as técnicas do teatro-imagem e do teatro- fórum na perspectiva de construir reflexões sobre a engrenagem das opressões e os educandos puderam propor soluções para problemas que eles veem acontecendo na realidade cotidiana.



Porém o lugar oferecido pela linguagem do Teatro permite a este educando a se colocar no papel de opressor, que no cotidiano apresenta-se desapercebido. Conferindo aí uma real reflexão dos problemas ocasionados pelos preconceitos, pelos esteriótipos e pelos estigmas que permeiam as relações desiguais da sociedade brasileira. Diante da oficina de preparação realizada entre supervisora e bolsistas do programa.


Desenvolveu-se na escola a penúltima intervenção do PIBID do presente semestre. Foi notável o entendimento do conteúdo por parte dos educandos, mas a escolha desta atividade se deu para 

trabalhar de forma diferenciada para que eles assimilassem de maneira mais sucinta o assunto da unidade (Zósimo Ferreira, licenciando em Ciências Sociais).
Nesse primeiro momento, contextualizamos a atividade com as temáticas da terceira e da quarta unidade, explicamos qual seria o objetivo da mesma para em seguida iniciar o alongamento corporal. Logo após, partimos para a próxima etapa da oficina que foi o Holpe, onde os alunos usaram de palavras ou frases opressoras com os demais colegas de turma.(Frederico Solón, Licenciando de Ciências Sociais)
Como a estrutura e a logística das escolas não estão adaptadas para aulas teatrais, adaptou-se os espaços das salas de aula para o desenvolvimento da atividade. E dividiu-se as turmas em grupos de trabalho para a execução das etapas da intervenção:

1ª etapa: em círculo os estudantes desenvolveram um jogo teatral conhecido no teatro como ?holpe? que foi adaptado para a realidade das Opressões, onde os participantes pudessem colocar-se no lugar do opressor externalizando as falas preconceituosas e ofensivas que ouvem no seu cotidiano.
2ª etapa: as turmas foram divididas em grupos aos quais foi sugerido que desenvolvessem uma cena onde se observasse algum tipo de opressão, e que congelassem ou fotografassem nesta cena. Desenvolvendo o que Boal chama de teatro-imagem
3ª etapa: os alunos que estão de fora da execução da cena são convocados a interferir nesta cena, o que se configura como o teatro-fórum segundo a técnica do oprimido. O que os coloca na posição de especto-atores. Passam a tomar consciência da realidade apresentada participando nela.

o ponto alto da apresentação foi uma cena que mostrou, em sequência, várias formas de opressão ( machismo, racismo, homofobia e racismo novamente) fiquei muito feliz com a autocritica apresentada por nossos alunos e no fim a maturidade apresentada para com o debate sobre opressões que tivemos durante está unidade (Zósimo Ferreira, Licenciando em Ciências Sociais)


Entretanto, nem tudo são flores no ambiente educacional existiram aqueles que apresentam resistência com relação a práticas novas e que podem vir a expor fragilidades entres os pares.


No primeiro momento houve uma resistência grande a atividade, poucos estudantes queriam ficar em pé para fazer a parte do alongamento. Depois, um número maior participar e na parte do alongamento a participação foi quase de toda a sala. Na segunda etapa, alguns estudantes (que participaram do alongamento) preferiram ficar à parte e só observar. A dinâmica do holpe demorou um pouco, pois os estudantes não conseguiam incorporar o papel do opressor, muitos usavam xingamentos aleatórios e muitas brincadeiras no processo. Entretanto, essa parte da atividade foi concluída sem maiores transtornos. (Rômulo Iago, Licenciando em Ciências Sociais)


Conclui-se portanto que embora os educandos apresentaram algum tipo de resistência no início da atividade diante do novo. Ao fim da atividade pode-se sentar para ouvir esses estudantes diante dos pontos positivos e negativos ao longo da mesma. E é importante salientar o quão marcante foi os resultados e as falas apresentadas por tais estudantes ao que toca a temática do semestre: as desigualdades sociais. 



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