Teoria Clássica da Organização: Taylorismo
Sociologia

Teoria Clássica da Organização: Taylorismo


Taylor (1856-1915): a organização científica

Elementos biográficos: contemporâneo em parte de Weber, Spencer e Marx. Um dos responsáveis pela implantação da primeira revolução industrial; família protestante de espírito capitalista seguindo a filosofia do lucro; vai trabalhar para uma empresa como mero operário não qualificado, mas logo passou a chefe de produção e mais tarde torna-se engenheiro. Ele notabilizou-se a estudar os movimentos dos operários contabilizando e cronometrando os gestos deles com o objectivo de os simplificar a ponto de reduzir os gestos inúteis, reduzindo assim a fadiga desnecessária dos operários. Taylor analisou as tarefas e estudou os gestos, pretendendo escolher cada homem adaptado ao exercício de cada tarefa.

I. Características das organizações pré-taylorianas
As empresas padeciam por quatro aspectos fundamentais:

1. Empirismo na execução dos processos. A mão-de-obra vinha dos campos sem formação técnica, os trabalhadores o que sabiam fazer aprenderam pela experiência, por tudo isto cada empresa tinha o seu modo de trabalhar, não havia uma normalização na realização das tarefas pois cada uma tinha a sua experiência. Tiveram portanto de ensinar os trabalhadores a utilizar as máquinas e os diversos utensílios, assim como introduzir um horário de trabalho.

2. Falta de uniformidade das técnicas, dos métodos de execução das tarefas e dos equipamentos. A base técnica da manufactura é a mesma base técnica da oficina artesanal, o que apenas muda é a forma de organização do trabalho que passa a ser salarial. Assim, a estandardização das técnicas e a normalização dos equipamentos e movimentos é uma revolução cultural criada pela revolução industrial de Taylor.

3. O capitalista do séc. XIX é uma classe industrial que não sabe trabalhar é apenas o investidor, ele ignora os procedimentos e as rotinas produtivas. Desta "ignorância do chefe" vem a força dos trabalhadores ?nós é que sabemos?, daí a incapacidade do capitalista de dar ordens deixando os trabalhadores a contornarem essas ordens. Vai ser Taylor que vai dar esse conhecimento técnico que falta.

4. Os operários, porque eram eles que detinham o conhecimento no trabalho, e porque não produziam as quotas pretendidas, era considerados preguiçosos. Quando aumentavam as quotas os operários não as respeitavam e o chefe estava incapacitado para alterar esta situação pois não detinha o conhecimento do trabalho.

II. Taylor introduz métodos e técnicas de racionalização das tarefas
É o início da gestão cientifica do trabalho, da gestão de tempo e do movimento.

1. Normalização das tarefas com o objectivo de encontrar o nível máximo de produção. Procura encontrar o gesto padrão.

2. Encadeamento mecânico das tarefas: as tarefas têm um modelo de execução, a ordem do processo de trabalho era pré-determinada, assim as operações deixam de ter arbitrariedade. Isto leva ao trabalho em série.

3. A especialização das tarefas: o trabalhador torna-se um especialista da sua tarefa pois não executa mais nada, executa apenas uma fase muito delimitada do processo de produção. Por isso é mais rentável pois tornam-se ágeis.


Desta forma o trabalhador deixa de ser um artista para ser um produtor em série. Ele deixa de ter um certo poder sobre todo o processo pois só executa uma ínfima parte do processo global. O trabalhador perde também força negociável pois se antes um artista era difícil de encontrar, agora um operário aprende o seu trabalho em muito pouco tempo uma vez que o trabalho foi reduzido a uma tarefa simplificada, isto leva à maior facilidade de despedimentos pois tornou-se mais fácil encontrar trabalhadores aptos. Nesta perspectiva taylorista o operário é uma força de trabalho articulada à máquina e inimigo do trabalho devido à sua preguiça.



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