Lei de Murphy é um adágio popular da cultura ocidental que afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará" ou "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível".
Sabe, essa lei poderia ser classificada, sem perda de sentido, ou desvio de finalidade, ou qualquer outras coisa, por Lei da Humanidade. Parece que para todo lado que caminhamos alguma coisa, alguma coisa muito grande, muito vasta, vai desandar. Ora, olhemos para o desenrolar da história. Estão todos lá, correndo pelos campos, livres ao sabor do vento, quando alguns passam a comungar da brilhante ideia, não estou sendo irônico, de selar um contrato, dito social, para que as chances de alguém sair rolando colina abaixo numa briga feia com outro diminuísse. Tudo bem, tudo muito bem. Bem demais. Porque é então que eles decidem coroar um para liderar, porque assim, óbvio (e agora estou sendo irônico), tudo vai ficar melhor ainda. Não, não vai, e nem é preciso explicar porque. Basta lembrar-se dos pequenos, mínimos, impercebíveis abusos praticados pela nobreza nos anos em que deteve o poder. Nem dá para perceber, não é? O grupo lá do começo parace ter entrado numa fria... que dura até hoje. Penso, Murphy daria para um bom profeta.
Houve uma época, no século XVIII, em que surgiu o Iluminismo. Daí pra frente todo mundo ficou aceso (com o perdão do trocadilho). Uns porque vislumbraram o começo de uma bela mudança, para uma situação mais bela. Outros tremeram porque viriam que a coisa, para eles, iria andar pra trás. Ora, observemos a Revolução Francesa. Quem tinha a ganhar? Terceiro Estado. Quem tinha a perder? Clero e Nobreza. Quem ganhou? Terceiro Estado. Só que... como tem que dar errado alguma coisa, deu. O Terceiro Estado, como se sabe, é composto pelas camadas mais baixas da população, trabalhadores urbanos, camponeses, e por aí vai. Mas também integra a burguesia. Quem ganhou mesmo, foi essa. A Revolução foi feita pelo Terceiro Estado, para o Terceiro Estado, e apesar disso a burguesia tomou o controla da coisa toda. Com a mão direita, usou o resto desse Estado como escudo contra os outros dois, e com a esquerda tentou derrubá-lo. A Revolução teve seus efeitos, ruins ou bons. O grosso da população mesmo, não teve seu intento muito bem realizado.
O senhor Engels deixa muito clara sua opinião sobre essa "criação de privilégios" por parte dos ricos burgueses. Ela lançou-se ao poder e, como detinha a riqueza, passou a controlar os meios de produção. Daí pra frente, quem ditava as regras era ela. Não se deixe de fora que a outra parte do Terceiro Estado incorporou vários direitos, que de fato melhoraram algumas coisas em sua vida. É notável como vem a defender essas pessoas a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Mas, e daí? Quem detém o dinheiro, detém o comando. A burguesia tinha dinheiro, portanto tinha comando. O cenário que se formou todos sabem: os burgueses passaram a controlar a produção, com suas modernas fábricas, o proletariado passou a sustentar a produção, com as suas mãos. Explorados, muito explorados. Capitalismo. E do tipo mais ferrenho. Lei de Murphy.
Eis que então surgem os cavaleiros brancos a galopar em seus corséis. Traduzo, surgem intelectuais com ideias pinceladas em papeis em baixo do braço. Na opinião de Engels, esse intelectuais, os socialistas utópicos" (dentre os quais Saint-Simon, Fourier e Owen), viam o socialismo como verdade a ser revelada por homens "especiais". Se nem Jesus, o Filho de DEUS, conseguiu resolver plenamente algumas das agruras humanas, é mesmo sensato esperar por esses homens especiais? (isso é opinião minha, não de Engels, que fique claro). Sinceramente...
Daí que Engels enxerga sem necessário passar do socialismo utópico para o científico. O "imperativo de situá-lo na realidade". A humanidade está em constante movimento e o faz de acordo com "leis históricas". Assim, de acordo com o materialismo histórico, deve-se buscar a resposta para os problemas de qualquer época não nas ideias, mas na própria história. E a história nos revela a principal das "leis históricas": a luta de classes. Os homens são briguentos.
Depois de fazer uma análise sobre o modo de produção capitalista e a constante luta de classes na história da humanidade, Engels chega à conclusão de que o socialismo será um percurso incontornável na história. É importante observas que a própria burguesia carrega em si mesmo uma gigantesca contradição, que é essencial para se chegar ao socialismo: ela é responsável pelo aprimoramento das forças produtivas. Na verdade, tudo o que se passa no modo de produção capitalista é voltado para o incremento da produção. Daí se chega a um ponto em que existe abundância de produtos para todos, e esses meios de produção podem ser operados coletivamente. Ou seja, todos são atendidos de maneira suficiente e igualitária. Mas como isso ainda não aconteceu, a Lei de Murphy ainda ronda nossas cabeças. Cuidado.
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