Neste trabalho, irei me ater de forma bastante objetiva às teorias políticas dos seguintes autores: Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Procurarei estabelecer as diferenças teóricas concernente a concepção de Estado entre ambos os autores, assim como, estabelecer as influências conceituais no que se refere à concepção moderna de Estado.
A concepção de Estado para Karl Marx surge a partir da propriedade privada e da divisão social do trabalho. O Estado para ele, criaria as condições necessárias para o desenvolvimento das relações capitalistas. O Estado moderno funcionaria como um comitê executivo das classes dominantes, a chamada burguesia.
Já para Émile Durkheim, a concepção de Estado estaria preocupada com a coesão social. O Estado deveria estar acima das organizações comunitárias. O Estado cumpriria uma função moral sem fins conceituais ou religiosos, à exemplo disso, teríamos a Educação Pública. E a intermediação entre governantes e os governados deveria ser feita por canais como jornais de imprensa livre.
Max Weber teve como objeto de pesquisa ou inspiração teórica a análise da estrutura política alemã. A concepção de Estado para Weber estaria relacionada ao controle do poder estatal por uma burocracia militar e civil. Para Weber o Estado é: "Uma relação de homens dominando homens, mediante violência considerada legítima". Para Weber há 3 formas de ação social: Tradicional, a Carismática e a Legal.
Não há dúvida que estes três autores contribuíram significativamente para a constituição do Estado moderno. Podemos constatar que a institucionalização do Estado se funda em características básicas do homem enquanto indivíduo fazendo dele um membro efetivo da comunidade.
O Estado moderno representa a conjugação de resultados de um processo de desenvolvimento político ao longo dos séculos. Podemos citar três grandes transformações referentes à concepção de Estado, são elas:
O Estado feudal ou estamental, predominante nos séculos XV e XVI. A segunda fase seria marcada pelo Estado Absolutista, cuja concentração de poderes em torno de um monarca seria sua característica principal predominando nos séculos XVII e XVIII.
E a terceira grande fase deste processo contínuo de transformação seria a constituição dos Estados liberais, cuja representação política ganha força, o voto passa a ser considerado essencial para a manutenção deste novo modelo de organização, fixação dos direitos dos homens e dos cidadãos (Revolução Francesa) e a divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) marcaria o surgimento das Repúblicas democráticas atuais.
É importante destacar a contribuição teórica de Karl Marx, ao denunciar este novo modelo político que emergia como um sistema político que privilegiaria os interesses da burguesia em detrimento da classe trabalhadora, contribuindo assim, para a construção teórica de Estados Comunistas, contrapondo-se ao modelo teórico liberal de John Locke e Adam Smith, dentro outros, ao defenderem valores liberais que estruturariam a nova ordem política e econômica mundial, como o individualismo, a família e a propriedade privada.
Podemos perceber uma hegemonia das Repúblicas Democráticas liberais, no entanto, constatamos a existência de Estados Socialistas como, a China, Cuba, Córeia do Norte, e até recentemente a ex U.R.S.S.
Por fim, não há como não reconhecer a contribuição dada por autores como: Durkheim, Weber e Marx, além de outros como, Thomas Hobbes, Rousseau, Locke, Maquiavel, Montesquieu. Todos estes filósofos participaram de alguma forma (materialização da Ciência Política) na constituição dos Estados Modernos, sejam eles capitalistas ou socialistas.